Dólar (USDBLR) cai, mas real tem desempenho pior que pares com cenário doméstico
O real se beneficiou em menor grau da forte queda do dólar no exterior quando comparado a vários de seus pares (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)
O 💥️dólar (💥️USDBLR) fechou em declínio moderado nesta quinta-feira e voltou a ficar abaixo de 4,80 reais, em dia de vaivém influenciado pelos movimentos de ativos no exterior e por ruídos domésticos.
A moeda negociada no 💥️mercado à vista caiu 0,42%, a 4,7862 reais na venda.
Ao longo da jornada, variou de 4,81 reais (+0,07%) a 4,7716 reais (-0,73%).
O real se beneficiou em menor grau da forte queda do dólar no exterior quando comparado a vários de seus pares.
O alívio até recolocou a cotação abaixo da linha psicológica dos 4,80 reais, mas não chegou nem perto de anular a forte alta de 1,10% da véspera a mais intensa em mais de três semanas e que deixou a moeda brasileira na terceira pior posição entre pares do dólar na sessão.
Mesmo subindo mais contra o real na quarta, o dólar evitou quedas maiores nesta sessão.
O noticiário doméstico apontando renovadas pressões por aumentos de gastos em ano eleitoral adicionou cautela às operações, em meio a renovados debates sobre estabelecimento de novo decreto de calamidade pública meses antes das eleições o que desobrigaria o governo de cumprir metas fiscais, por exemplo.
“Há setores dentro do governo que defendem tal medida. Mas, até o momento, as discussões em torno dessa possibilidade não são conclusivas”, disse a corretora Renascença em comentário.
Enquanto isso, os números do 💥️PIB do primeiro trimestre, embora benignos, não afastaram cenários de recessão na segunda metade do ano nem de desempenho parco da atividade em 2023.
De toda forma, o panorama para o mercado de câmbio segue muito ligado à dinâmica externa, e na sexta-feira o sangue-frio de investidores passará por novo teste, já que os 💥️EUA divulgarão dados gerais de emprego referentes a maio.
Números acima do esperado poderiam fortalecer apostas de que o banco central norte-americano terá de subir os juros de forma acelerada, perspectiva que embasou a liquidação de ativos de risco entre os quais o real desde abril.
E essa é a perspectiva traçada pelo 💥️Santander Brasil (💥️SANB11), que vê o real afetado ainda por “uma certa ansiedade pré-eleitoral”.
“O real registrou forte volatilidade recentemente e avaliamos que esta aumentará no segundo semestre de 2022”, disseram Ana Paula Vescovi e a equipe de macroeconomia do Santander Brasil em relatório de revisão de cenário.
“Mais à frente, avaliamos que um avanço mais lento de reformas estruturais no Brasil a partir de 2023 deverá implicar na manutenção de algum prêmio de risco nos ativos brasileiros, particularmente na taxa de câmbio”, acrescentaram.
O Santander elevou a 5,15 reais a projeção para o dólar ao fim de 2022, de 5,00 reais do prognóstico anterior ganho nominal de 7,60% comparado ao fechamento desta quinta.
Para o encerramento de 2023, a estimativa foi aumentada a 5,00 reais, de 4,80 reais.
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