Mundo corre o risco de uma recessão global no final de 2023
Retrato dos investidores: simplesmente cansados de falar sobre inflação | O Balconista (1994)
No mês passado, o chefe do 💥️Banco Mundial, David Malpass, alertou que a economia global poderia entrar em uma 💥️recessão global. Na época, ele apontou que a guerra na Ucrânia elevaria o preço dos 💥️alimentos, energia e fertilizantes.
Além disso, na época, os lockdowns na China ameaçavam para uma desaceleração econômica. Acontece que a possibilidade de uma 💥️recessão passou a ser uma preocupação do mercado como um todo. Tanto que, ontem, Roberto Campos Neto, o presidente do 💥️Banco Central do Brasil, afirmou em um evento que a grande dúvida atual é se o mundo irá enfrentar uma 💥️recessão global.
Para Marco Caruso, economista-chefe do 💥️Banco Original, essa possibilidade existe sim, mas deve acontecer só no final de 2023. “É matemática. Você tem um desafio desinflacionário muito grande, em vários países do mundo, e precisa subir os 💥️juros até que essas 💥️inflações voltem para as suas respectivas metas. E acho difícil não vermos uma 💥️recessão, exatamente por conta desse aperto de condições financeiras.”
E vai ser lá pela segunda metade do ano que vem que o mercado verá um acúmulo de juros altos em vários pontos do globo. Vamos lembrar que o 💥️Brasil já está falando no fim das altas na Selic, que deve permanecer acima dos 13% ao ano por um bom tempo. O 💥️Federal Reserve, por sua vez, já deixou claro que vai subir os juros o quanto for necessário para controlar a inflação – que é a mais alta no país nos últimos 40 anos.
Já a 💥️Europa ainda nem começou a mexer nas taxas. No começo do mês, o 💥️Banco Central Europeu (BCE) sinalizou que planejava duas altas consecutivas para as próximas reuniões. Trata-se da primeira alta de juros em 11 anos.
“Você terá quase que uma sincronização de aperto monetário no mundo inteiro e é difícil imaginar que a inflação volte à meta sem que haja uma redução razoável no 💥️Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países”, afirma Marco.
Dá para evitar?
O economista afirma que não tem muito o que os bancos centrais podem fazer para evitar que o mundo caia em uma 💥️recessão. Isso porque, antes de atacar a possibilidade de 💥️recessão, existe um problema concreto: a inflação.
“Essa é a grande pegadinha”, afirma. Primeiro é preciso controlar a disparada nos preços, para depois ver o que faz com a economia. “Dado que o mundo desenvolvido passou muito anos sem inflação, me parece que os bancos centrais lá têm tido dificuldade de atacar esse tipo de problema, achando que ele é temporário e sem perceber que os riscos de uma inflação alta se perpetuar existem e não podem ser ignorados”, completa.
O que Marco ressalta é que alguns países, incluindo os 💥️Estados Unidos, devem fazer para evitar uma queda abrupta no PIB, ao mesmo tempo que atacam a inflação, é fazer uma convergência da inflação para a meta de forma mais lenta. “Em vez de buscar o centro da meta lá para o final de 2023, os bancos centrais vão tentar alongar esse horizonte para 2024.”
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