Pré-Mercado: A volatilidade dos preços das commodities assusta os investidores locais
Aproveitem os pequenos momentos antes da recessão chegar | Harry e Sally & Feitos Um para o Outro (1989)
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Trade do Dia
Por Nilson Marcelo, analista quantitativo de ações da Vitreo
Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade & compra dos papéis da B3 S/A (B3SA3)
B3SA3: [Entrada] R$ 11.33; [Alvo parcial] R$ 11.55; [Alvo] R$ 11.90; [Stop] R$ 10.93
“O recente rompimento de um pivot de alta pode sinalizar um movimento de reversão do preço do papel.”
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Observações sobre a operação:
& Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.
& Caso haja um gap inferior ao alvo parcial, considerar este como novo preço de entrada. Caso haja um gap superior ou igual ao alvo parcial, a operação não deve ser iniciada.
& Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.
& Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação não deve ser iniciada.
Vale lembrar que investimentos em renda variável estão sujeitos a riscos de perda.
💥️Bom dia, pessoal!
Lá fora, os mercados asiáticos fecharam predominantemente em baixa nesta quarta-feira (6), seguindo os sinais mistos de Wall Street e as quedas dos índices europeus no dia de ontem (5), impactados pela fraqueza das ações de commodities, já que os preços das matérias-primas caíram diante das perspectivas de recessão iminente, o que prejudicaria a demanda. Adicionalmente, o aumento das infecções por Covid-19 na China também prejudicou o sentimento do mercado ao reacender as preocupações com possíveis lockdowns no país.
A Europa amanheceu em alta hoje, se recuperando da queda de ontem, a qual refletiu um revigorado receio em relação à fragilidade do Euro e da União Europeia. Há também atenção por parte dos investidores sobre a crise no governo do Reino Unido — cerca de dez membros do governo britânico ou titulares de cargos governamentais renunciaram (a situação vem enfraquecendo a libra esterlina). Apesar da alta na Europa, os futuros americanos acompanham a Ásia e caem nesta manhã.
A ver…
As discussões fiscais seguem pressionando a curva de juros
Houve um alívio ontem depois do anúncio de que a PEC dos Benefícios deverá seguir com o texto aprovado no Senado, de modo a agilizar a liberação de benefícios e evitando esgarçamentos adicionais sobre o teto de gastos. Para hoje, as atenções ainda deverão ficar voltadas para a votação da proposta na Câmara.
No Senado, o presidente da casa legislativa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deverá fazer a leitura do requerimento de instalação de quatro CPIs na Casa, entre elas a CPI do Ministério da Educação — esta comissão deverá ficar apenas para depois das eleições. Em meio aos meandros políticos, os ativos brasileiros também ficam reféns do ambiente internacional, refletido na alta do dólar (alcançou R$ 5,40 ontem) e dos juros.
No aguardo da ata do Fomc
Os investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve dos EUA ainda hoje para obter indicações sobre o estado da economia — em seu último encontro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) elevou a taxa de fundos federais em 75 pontos-base para a faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano, o maior aumento desde 1994.
As ações americanas ainda experimentam grande volatilidade, com os temores sobre uma possível recessão e aumentos das taxas de juros pelo Federal Reserve pesando sobre o sentimento do mercado. Os temores de crescimento superaram, inclusive, as notícias de que o presidente dos EUA, Joe Biden, pode anunciar uma reversão de algumas tarifas dos EUA sobre as importações chinesas.
No final do dia, pode ser necessária uma recessão para controlar a inflação nos EUA e, a julgar pela reação dos mercados ontem, os investidores estariam mais dispostos a uma contração econômica se isso significar que o Fed pode aliviar o aumento das taxas de juros — por isso, a queda das commodities passa a ser um tema importante.
O petróleo de volta aos US$ 100 por barril
Apesar de subirem nesta manhã, os preços do petróleo caíram ontem. No fechamento de terça-feira, o petróleo bruto pelo contrato West Texas Intermediate cedeu 8,2%, para US$ 99,50 o barril (o primeiro fechamento abaixo de US$ 100 por barril desde o início de maio), e o Brent (a referência internacional) caiu 9,5%, para US$ 102,77.
Um dos principais impulsionadores do aumento da inflação deste ano foi o rápido aumento nos custos de energia. Se os preços do petróleo e do gás caírem e a inflação cair com eles, a economia dos EUA ainda poderá entrar em recessão, mas daria ao Fed mais espaço para responder de maneira favorável.
Notadamente, as quedas acentuadas recentes foram atribuídas aos temores de recessão. Se a atividade econômica desacelerar, isso reduziria a demanda pela queima de petróleo e gás, possibilitando a aproximação da demanda da oferta limitada global — muito parecido com o que aconteceu com o petróleo entre 2007 e 2008.
No caso de uma recessão, os analistas do Citigroup veem o petróleo caindo para US$ 65, e pode cair ainda mais para US$ 45 o barril até o final de 2023 se os países exportadores de petróleo não intervirem para reduzir a oferta. Apesar de mapeada, a chance de o petróleo cair tanto parece bem limitada.
Anote aí!
Por aqui, contamos com a divulgação de pesquisas sobre sucessão presidencial e com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em eventos ao longo do dia. Lá fora, a Zona do Euro deverá apresentar as vendas no varejo em maio, enquanto avaliamos os dados de encomendas às fábricas alemãs. Por fim, nos EUA, além da ata do Fomc, temos os dados de vagas de emprego nos EUA (Relatório Jolts) e o Índice de Gerentes de Compras de Serviços para junho.
Muda o que na minha vida?
No final das contas, a inflação acabou por ser tudo menos transitória. Nas maiores economias do mundo, os preços ao consumidor estão subindo quatro vezes mais que as taxas almejadas pelo Federal Reserve, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra. Contudo, com as condições monetárias antecipando os banqueiros centrais pisando no freio, os mercados financeiros estão mudando sua atenção para o risco de recessão.
Dessa forma, o tema inflação parece quase que ultrapassado. A preocupação do momento agora é o crescimento econômico. Basta ver a taxa de equilíbrio da curva a termo de cinco anos, usada pelos bancos centrais para medir as expectativas de inflação, que agora caiu abaixo de seu nível de 2018 e está se aproximando rapidamente da meta do Fed de 2%. Em outras palavras, o mercado de títulos está dizendo que a inflação não é mais o principal motivo de preocupação.
O pessimismo sobre as perspectivas econômicas está levando os investidores a antecipar que as taxas de juros dos EUA podem realmente começar a cair no segundo semestre do ano que vem. Naturalmente, pode ser necessário uma recessão para se livrar da inflação, mas se as autoridades monetárias puderem ser mais flexíveis, talvez a crise não seja tão dura quanto pensávamos anteriormente.
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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