Nem bem a confusão sobre a soja este ano terá tido um fim, logo é o clima no Brasil a entrar no preço
Safras de soja ainda deverão sentir influências fora dos fundamentos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
A confusão sobre a principal 💥️commodity agrícola brasileira e mundial, entre fundamentos e reflexos geopolíticos e econômicos, se arrasta este ano até mais que nos períodos de negociação dos acordos comerciais entre China e Estados Unidos ou mesmo no avanço da pandemia, o que mantém as cotações abaixo dos US$ 14 o bushel. E logo mais vão se juntar as condições do clima no Brasil.
A 💥️soja começa a ser plantada na maioria dos estados a partir de 15 de setembro, após o fim do vazio sanitário – período de 90 dias sem autorização sanitária de plantio -, e no final de agosto o clima aguardado já será esboçado nos preços cada vez mais.
Lembra-se, por exemplo, que já nos primeiros dias de setembro de 2023 a seca que se abatia sobre o Brasil mostrava previsão de semeadura mais tardia e Chicago saltava, com as primeiras estimativas de quebra da safra – que se concretizou, ao final, em 125 milhões de toneladas aproximadamente, cerca de 11% menor.
Até final deste mês, o cenário do tempo nos Estados Unidos, com forte influência nessa fase de transição entre as duas maiores safras mundiais, deixa de ser tão relevante, porque a colheita é prevista para final de setembro em diante. E o quadro de oferta americana estará praticamente concluído.
À parte ainda que a demanda chinesa – sempre ela – deverá seguir em compasso de espera, nada indica que os fatores geopolíticos e os reflexos dos mercados financeiros terão cessados.
A 💥️Ucrânia começou a exportar grãos, mas a influência na soja se dá apenas via o óleo (girassol). A Rússia espera relaxamento das sanções econômicas do Ocidente, com o acordo do corredor aberto no Mar Negro, sem garantias. A fragilidade segue em linha e uma volta atrás dos russos detona nova onda de instabilidade econômica.
Nesta semana, a visita da 💥️Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Estados Unidos, a Taiwan, incendiou as relações com a China, para completar a fotografia geopolítica na bagunça sobre as commodities agrícolas. Ainda não há sinal de distensão.
Os Estados Unidos seguem em desaceleração econômica e mesmo que a política de rigidez monetária do Federal Reserve (Fed) alivie a mão sobre os juros, a repercussão sobre a influência na proclamada recessão mundial mantém os ativos de risco em suspense.
Ah, sim, o câmbio no Brasil resvala também, a esperar as condições que a nova taxa Selic a 13,75% impactará o fluxo de divisas ao Brasil.
Vendas lentas
Com toda essa confusão armada, o Brasil chegou, agora, com cerca de 38 milhões de toneladas da safra 21/22 ainda não negociadas e em torno de 15% da soja nova 22/23, contra a média anterior de 30%, estima do consultor Vlamir Brandalizze.
No novo ciclo, já se fala em aumento leve de área e de maior produtividade, o que poderia elevar o volume para 150 milhões/t – desde que o clima funcione positivamente.
“Muita gente está segurando a soja diante de todos esses fatores refletindo”, diz ele.
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