Aumento de capital do IRB (IRBR3): Risco ou solução, como disse Luiz Barsi?
A solução para o IRB é aumentar o capital? Analistas discordam da visão do megainvestidor Luis Barsi (Imagem: Divulgação/ IRB)
O 💥️IRB (💥️IRBR3) é uma das ações mais badaladas da bolsa, por bons e maus motivos.
Se por um lado parte dos investidores acreditam na recuperação da empresa, que derreteu 94% em dois anos, marcado por erros contábeis e fake news sobre aportes de💥️ Warren Buffett, por outro, analistas continuam céticos com a capacidade de “fênix” da companhia.
Recentemente, 💥️Luiz Barsi, o maior investidor pessoa física da bolsa, causou um burburinho ao afirmar que comprou ações do 💥️IRB.
Os papéis chegaram a subir após a divulgação da notícia. Porém, os prejuízos apresentados à 💥️Susep (Superintendência de Seguros Privados) continuaram pressionando o valor de mercado da resseguradora.
O mais recente, de maio de 2022, 💥️mostrou uma deterioração considerável, com prejuízo de R$ 273 milhões, disparada de 194% ante mesmo período do ano passado.
Em entrevista à Reuters, 💥️Barsi afirmou que a companhia está recuperada, mas precisa de um impulso, que seria um aumento de capital.
“É como uma locomotiva, está no trilho, mas não anda, precisa de combustível e o combustível é a capitalização”, disse.
Seria essa a solução para o 💥️IRB engatar a quarta marcha e fazer a alegria dos seus acionistas?
O 💥️Money Times consultou analistas para questionar a afirmação.
Cotação do IRB atingiu mínimas históricas desde IPO
Aumento de capital: risco para IRB ou solução?
Para Matheus Amaral, do 💥️Inter Research, o aumento de capital não é a solução para o 💥️IRB andar.
Em sua visão, a operação é uma questão regulatória e não mais do que isso. Ele lembra que, atualmente, a solvência da resseguradora está em 105%, bem próxima do mínimo exigido pela 💥️Susep.
“O 💥️IRB precisará de aumento de capital se continuar reportando prejuízo. Aí você diminui o patrimônio. Então a regulação acaba olhando isso. O problema da empresa não está em elevar o capital”, discorre.
Já Carlos Daltozo, analista da 💥️Eleven, coloca que o aumento de capital é um dos motivos da ação estar na cotação mínima histórica.
“A perceptiva de aumento de capital é um risco eminente de os acionistas terem que aportar mais capital para manterem suas participações. Hoje, tenho dúvidas se nesse cenário o 💥️Bradesco (💥️BBDC4) e 💥️Itaú (💥️ITUB4) iriam aportar novamente recursos nessa operação, que tem dado prejuízos constantes”, coloca.
Na visão da dupla de analistas da 💥️Genial Investimentos, Eduardo Nishio e Bruno Bandiera, com a continuidade dos prejuízos, é provável que novas dívidas sejam emitidas, “o que tende a pressionar o resultado líquido da companhia mais a frente, aumentando a incerteza sobre o ROE (retorno sobre o patrimônio) de longo prazo”.
Até o momento, o 💥️IRB já teve que realizar duas emissões de debêntures para recompor seu capital regulatório, além de um aumento de capital de R$ 59 milhões. As emissões de 2023 totalizaram aproximadamente R$ 827 milhões.
Em relatório do 💥️Santander publicado em 31 de maio, o CEO do 💥️IRB, Raphael de Carvalho, afirmou que no caso da empresa optar pelo aumento de capital, o aumento de R$ 1,2 bilhão aprovado em assembleia geral é suficiente.
“Entre as possibilidades, pode ser via aumento de capital ou debêntures subordinadas”, diz trecho do relatório.
Luis Barsi é um dos investidores do IRB (Imagem: REUTERS/Carla Carniel)
Mas qual é o problema do IRB, afinal?
Segundo Amaral, do 💥️Inter, o problema do IRB é outro: os contratos de cauda longa.
“O que estamos vendo neste ano é uma questão mercadológica. Observamos o setor de seguros, principalmente no agro, onde a empresa tem exposição, e o segmento explodiu em sinistralidade e consequentemente a seguradora precisa cobrir esses riscos”, coloca.
Para ele, não há o que fazer quando isso ocorre. “É uma questão de paciência, de esperar. O aumento de capital pode se fazer necessário para que eles consigam aguentar o tempo necessário para essa cauda ir se amortizando”, diz.
Já Daltozo, da 💥️Eleven, afirma que a limpeza no balanço, após as fraudes contábeis, está levando mais tempo que o previsto, o que impede a corretora de ter uma visão mais otimista para a empresa.
“Você tem contratos de três, quatro anos e precisa cumprir. A gestão anterior tinha uma estratégia agressiva de crescimento, principalmente fora do país, que depois se mostrou uma estratégia ruim”, observa.
Como está a gestão
Amaral avalia que a gestão do IRB, que assumiu em outubro de 2023, está fazendo a lição de casa, com um trabalho bem feito de reduzir exposição no exterior.
“Isso tem surtido efeitos. Quando olhamos o balanço, tirando os efeitos pontuais, vimos o resultado operacional um pouco melhor. O que era para ser feito em termos de transparência, eles estão fazendo. Estão vendo as oportunidades em termos de imóveis e usando o que tem para ajustas as contas”, afirma.
Com a mudança de foco, a administração do 💥️IRB espera que a carteira brasileira responda por pelo menos dois terços dos prêmios emitidos, e o terço restante para as operações internacionais (especialmente na América Latina devido a semelhanças geográficas).
É hora de comprar IRB?
Apesar disso, o 💥️Inter reafirmou a recomendação neutra para o 💥️IRB, com preço-alvo de R$ 3.
Segundo o analista, o mercado internacional olha a precificação de uma resseguradora 1x o patrimônio.
“Como o IRB tem patrimônio de quase R$ 4 bilhão, a empresa negocia bem próximo desse número. Eu não enxergo ainda uma oportunidade. Enxergamos com cautela”, diz.
Para ele, a resseguradora não deve ter resultado animador no segundo trimestre, mas fora os efeitos pontuais, tudo será dentro do esperado.
A corretora vê prejuízo de R$ 37 milhões, revertendo o lucro de R$ 80 milhões apresentado no primeiro trimestre, que havia trazido efeitos não-recorrentes, mas ainda assim melhor que o reportado no segundo trimestre.
Na visão do 💥️Santander, o resultado futuro do 💥️IRB é incerto. O banco tem recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 4,50.
Já a 💥️Genial diz que todas alternativas para colocar a empresa no eixo, de certa forma, são nocivas ao acionista minoritário por conta de uma eventual diluição ou por uma menor rentabilidade final. A indicação é de venda.
Por fim, o consenso do mercado da ✅Reuters aponta que de sete analistas, quatro possuem recomendação de venda, três de neutralidade e nenhum de compra. O preço-alvo médio é de R$ 3,28.
Disclaimer
✅O 💥️Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.
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