Um hard-fork na Ethereum (ETH) pode acontecer após ‘The Merge’?
O cofundador da 💥️Ethereum já declarou que o hard-fork não passa de uma tentativa de fazer “dinheiro fácil”. (Imagem: Unsplash/Jievani Weerasinghe)
✅*Por Orlando Telles
O tão esperado “💥️The Merge” está cada vez mais próximo e iremos testemunhar uma mudança monumental na 💥️rede Ethereum (💥️ETH), cujo consenso será modificado de Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS).
Um dos principais grupos afetados por esta mudança serão os mineradores da 💥️Ethereum, que, desde a criação da rede, vêm trabalhando para manter o consenso da rede funcionando e produzindo seus blocos.
Em meio a muitas especulações do que poderá acontecer com esses atores, uma das opções mais polêmicas tem ganhado cada vez mais força: a de que um grupo de mineradores faça um hard-fork na rede, com intuito de manter a 💥️Ethereum com Proof-of-Work, como nós conhecemos hoje, viva e funcional, mesmo após o The Merge.
Quando um hard-fork acontece, o que ocorre na prática é que uma rede se divide em duas, enquanto a rede principal segue seu caminho, uma nova versão alternativa é estabelecida e ambas as redes passam a funcionar em paralelo.
Isso já aconteceu com 💥️Bitcoin no passado, quando desentendimentos entre a comunidade culminaram na criação de Bitcoins alternativos, como 💥️Bitcoin Cash, Bitcoin Gold, Bitcoin Satoshi Vision, entre outros.
Também já ocorreu com a própria rede 💥️Ethereum em 2016, quando o aplicativo DAO foi hackeado, causando um prejuízo de cerca de 5% de todos os ETH que existiam à época, em um evento que ficou conhecido como “DAO Hack”.
A fim de remediar o problema, o cofundador da 💥️Ethereum, Vitalik Buterin, propôs reverter a rede para o passado, efetivamente mudando o histórico dos blocos e desfazendo o hack.
A princípio, seria impensável para uma 💥️blockchain, que deveria obedecer à imutabilidade e se sustentar na premissa de que o “código é a lei”.
Eventualmente, a proposta foi aprovada, mas, em resposta, uma dissidência composta por pessoas que não aceitavam quebrar a premissa foi formada, o que ocasionou a criação de um hard-fork da 💥️Ethereum, que hoje é conhecido como a rede 💥️Ethereum Classic.
Em outras palavras, na rede original é como se o hack nunca tivesse acontecido, mas na rede 💥️Ethereum Classic de fato ocorreu.
Outro ponto importante é que em hard-forks como esses os saldos dos usuários são duplicados. Então, efetivamente, assim que as duas redes entram em operação, os usuários passam a ter o mesmo valor que possuíam na rede original, mas agora nas duas redes.
Voltando para o momento presente, a discussão do momento envolve criar um clone da rede 💥️Ethereum que continuará funcionando em Proof-of-Work e que em teoria irá concorrer com a versão atualizada para Proof-of-Stake, após o evento do The Merge.
✅💥️Ethereum: Prós e contras do ‘fork’ para manter
blockchain proof-of-work, segundo analistas
Novos símbolos para as possíveis Ethereum
A iniciativa parece estar encontrando uma 💥️figura de liderança em Justin Sun, proprietário da corretora Poloniex. Com isso, Sun está propondo a criação de novos símbolos de tokens para representar as duas possíveis redes:
● ETHS & Ethereum pós-merge com Proof-of-Stake;
● ETHW & Ethereum “forkada” que permanece em Proof-of-Work.
Para que um hard-fork seja bem-sucedido, ele precisa principalmente de adoção, tanto de usuários, como de corretoras. Hoje, por exemplo, podemos adquirir ou transferir tokens da Bitcoin Cash (💥️BCH) e da Ethereum Classic (💥️ETC) entre diversas corretoras.
Sun sabe muito bem disso e declara ter acumulado US$ 1 milhão em ETH que será utilizado para patrocinar a nova rede, caso o hard-fork seja bem-sucedido.
Mineradores chineses também declararam apoio ao movimento. Assim que o The Merge for concluído, eles correm o risco de perderem suas receitas. Outras exchanges também estão manifestando interesse na proposta, como BitMex e Huobi.
Cofundador da rede critica hard-fork
Por outro lado, 💥️Vitalik já declarou que a iniciativa não passa de uma tentativa de fazer “dinheiro fácil”, e que não vê futuro na rede.
Existem algumas razões pelas quais acreditamos que uma nova rede ETHW tem mais motivos para afundar do que para prosperar.
A exemplo disso, a Chainlink (LINK) já se antecipou dizendo que não irá suportar a nova rede, e considerando que os oráculos hoje são imprescindíveis para o bom funcionamento dos Dapps, isso já é um primeiro golpe para o ecossistema desta nova rede.
Um fork como esse irá duplicar bilhões de dólares em tokens USDC e USDT, que passarão a existir tanto na rede ETHS, como ETHW.
Estas stablecoins dependem do lastro que seus emissores mantêm, de forma que tanto a Circle quanto a Tether – emissoras respectivas da USDC e USDT – já anunciaram que não irão honrar estes tokens em uma possível nova rede.
Ou seja, tokens USDC e USDT na rede nova forkada não terão qualquer valor e, eventualmente, irão para zero.
É importante deixar claro que a situação com os tokens não apresenta nenhum risco para a rede original da 💥️Ethereum e para quem possui USDC e USDT, mas apenas para quem decidir se aventurar na nova rede “forkada”.
Além das stablecoins, os tokens sintéticos também não serão honrados pelas pontes que os criaram, uma vez que não é possível garantir o mesmo valor e ao mesmo tempo em duas redes diferentes. Ou seja, os tokens sintéticos também tendem a valer zero na nova rede ETHW.
Com stablecoins e sintéticos teoricamente indo a zero, iremos ver uma quebra nos colaterais e money-legos de 💥️DeFi nesta nova rede ETHW, o que pode causar um efeito de liquidação em cascata, cujo resultado seria uma rede totalmente disfuncional.
Os 💥️únicos riscos envolvidos neste hard-fork são para aqueles que apostarem no seu sucesso e desejarem atuar ou interagir na nova rede. Para quem permanecer na 💥️Ethereum e não se aventurar, a princípio, tudo irá seguir normalmente.
O que pode acontecer é que detentores de 💥️ETH tenham seu ativo renomeado para ETHS, e que ainda sejam presenteados com a mesma quantia em ETHW, o que irá depender de como cada corretora irá lidar com o hard-fork.
Em nenhuma hipótese deve-se clicar em sites que prometem lucros fáceis em cima da nova rede ou que solicitem suas chaves privadas, pois, certamente, muitos hackers e scammers irão aproveitar a confusão para criar armadilhas.
Não recomendamos correr o risco, mas caso queiram tentar lucrar, o melhor jeito seria tentar vender os ETHW assim que forem obtidos, de preferência utilizando uma corretora para não cair em golpes.
No caso, mover os seus ETHW para a Poloniex e vendê-los na corretora por outro ativo é uma possibilidade que pode ser estudada com cuidado.
✅*Orlando Telles é sócio-fundador e diretor de research da Mercurius Crypto, holding de inteligência em criptomoedas.
✅O especialista é responsável pela gestão de riscos e análises fundamentalistas dos principais projetos do mercado de criptomoedas da holding. Com especialidade em ciências atuariais, Telles produz, atualmente, análises e conteúdos distribuídos pelos maiores players de cripto do Brasil.
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💥️Disclaimer
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