Inflação na UE reproduz a mesma ‘paúra’ que os EUA para o agro. Gasta-se mais do que compra
Suco de laranja: Europa comprou menos, mas pagou mais caro (Imagem: Pixabay)
O segundo maior destino das 💥️exportações brasileiras do 💥️agronegócio, a 💥️Europa, entrou no radar das atenções. A 💥️inflação na 💥️Zona do Euro atingiu o recorde de 8,9% em julho.
Mesmo que não represente a totalidade da 💥️União Europeia (UE) & 27 membros contra 19 que utilizam a moeda única -, a contaminação do custo de vida é geral e acende alerta sobre o possível impacto sobre o consumo de alimentos.
A disparada da energia, exacerbada pelo conflito na 💥️Ucrânia, pegou todo o continente.
O 💥️Reino Unido, por exemplo, nem faz mais parte do bloco, e teve inflação de pouco acima de 10% em julho, a maior em 40 anos.
O reflexo temido é o mesmo que se avizinha em relação aos 💥️Estados Unidos, o terceiro maior importador de produtos agropecuários brasileiros. O custo de vida ascendeu também para máximas, o Federal Reserve (💥️Fed) alargou as altas dos 💥️juros – e ainda pode continuar – e a desaceleração da economia está no radar. A autoridade monetária da UE também eleva as taxas.
E como a maior economia global, os países da Europa compram mais valor agregado.
Em paralelo, ainda tem a China com um grau de preocupação por dados econômicos mais fracos, embora “hors concours” na liderança na corrente exportadora do Brasil.
No primeiro semestre, dos US$ 79 bilhões em receita aferidas pelo agronegócio com exportações, a UE representou 16%. Individualizando o Reino Unido, 5ª maior economia global e 15º maior comprador de produtos brasileiros em geral, as vendas agropecuárias giraram em US$ 450 milhões, aproximadamente.
Importadores gastam mais
Vale destacar que a alta de 26% para o bloco gerenciado por Bruxelas, sede da UE, se deu muito mais pela valorização dos produtos & como, inclusive se registra para todos os destinos – que vem crescendo desde as disrupturas das cadeias globais de suprimento, a partir da pandemia da covid. E a partir do final de fevereiro, pelos custos agregados pela crise no Leste da Europa.
Os principais produtos negociados com os europeus são 💥️papel e celulose, 💥️café e 💥️suco de laranja em volumes. Também são os maiores compradores desses itens do Brasil, como nas 💥️frutas.
💥️Carnes de aves tem uma boa representatividade, sendo as demais rubricas da pauta mais tímidas, como farelo de soja, soja em grãos, etanol e carne bovina – esta sempre uma promessa, mas pouco concretizada.
“Pelo que temos escutado, a situação na Europa está um pouco mais crítica agora, com inflação recorde e seus consequentes impactos, como, por exemplo, o aumento no preço do gás às vésperas do inverno europeu, mas mantemos o otimismo porque o café é resiliente”, diz Gunter Häusler, presidente do Conselho de Exportadores de Café (💥️Cecafé).
Além de se referir à história das relações do café brasileiro com a Europa, ele se atém ao acumulado de janeiro a junho, quando as 10,351 milhões de sacas (52% do total exportado) representaram 4,8% sobre os mesmos meses de 2023. As receitas somaram US$ 2,4 bilhões, quase 81% superior.
Aí que mora o risco, afinal. As despesas dos importadores ficaram muito elevadas foram despejadas nos preços finais, alimentando a inflação.
Não à toa, os dados da Eurostat, o gabinete de estatísticas de Bruxelas, registraram que o núcleo alimentos e bebidas da inflação na Zona do Euro foi bastante presente, excluindo-se os itens mais voláteis, como energia.
Os casos de exportações de carne bovina e de frango são igualmente emblemáticos. A disparada do custo das importações da Europa é muito desproporcional à melhora da quantidade.
De proteína de boi, de janeiro a julho foram exportadas 66,7 mil toneladas, menos de 6 mil/t acima de igual período de 2023, mas geraram perto de US$ 90,5 a mais, para US$ 447,6 milhões, segundo dados da 💥️Abrafrigo, cuja presidência não atendeu o pedido de 💥️Money Times para opinar sobre as tendências do comércio neste semestre.
Em aves, até que a relação volume-receita foi mais curta, proporcionalmente aos outros setores, mas ainda tem expressão. Sobre levantamento da Secex, a 💥️ABPA, que reúne as empresas exportadoras, informa 109,4 mil/t para 140 de janeiro a julho, enquanto a receita a alta foi de 73,2%, chegando a 73,2%.
Mas situações mais emblemáticas, quando os volumes caíram mas os gastos dos importadores da UE e Reino Unido aumentaram.
No suco de laranja, a relação foi de menos 5,64% (614,1 mil toneladas) na safra 21/22, e de mais 5,87% em faturamento, acima de US$ 981 milhões. Todo o bloco europeu participa com pouco mais de 57% das exportações do suco.
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