Ibovespa hoje: Bolsa deve seguir pressionada por mercados no exterior
Ibovespa não tem conseguido repetir em setembro dinâmica própria vista em agosto e sente ventos contrários vindos do exterior (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O Ibovespa não tem conseguido repetir em setembro a dinâmica própria vista em agosto, quando se descolou dos mercados internacionais e garantiu o melhor desempenho mensal entre os pares globais. Ontem, a bolsa brasileira acumulou a terceira queda seguida, arrastada pelos ventos contrários vindos de Wall Street.
Nesta manhã, os ativos de risco dão continuidade ao movimento negativo recente. Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram com queda expressiva, de até 1%.
Esse movimento contamina as praças europeias. A exceção fica com a Bolsa de Londres, que ensaia alta, tirando proveito da queda da libra para os menores níveis desde 1985, caminhando a passos largos em direção à paridade em relação ao dólar.
Já na Ásia, a sessão foi negativa. Nem mesmo os dados melhores que o esperado sobre a atividade econômica na China animam. As vendas no varejo e a produção industrial chinesa aceleraram o ritmo de alta em agosto e cresceram mais que o previsto. Porém, a base de comparação era baixa, assim como as estimativas.
Tanto a Bolsa de Xangai quanto o minério de ferro relegaram os indicadores econômicos chineses e fecharam em queda. Esse movimento indica um dia de pressão negativa sobre as ações da Vale e das siderúrgicas, em meio ao salto nos estoques chineses de aço.
Já o petróleo ensaia ganhos, com os investidores digerindo a decisão da Alemanha de tomar os ativos da russa Rosneft. Em meio à escalada da crise energética europeia, a apropriação alemã inclui três refinarias da petrolífera russa, em um lance que tende a escalar a tensão geopolítica entre Rússia e Ocidente.
E o Brasil?
Ou seja, enquanto a China está mais à frente do ciclo econômico, já em uma fase de expansão monetária e fiscal para conter a desaceleração, a Europa ainda enfrenta os efeitos da disrupção na cadeia global, com reflexos na alta dos preços. A inflação elevada também continua sendo o principal vilão nos Estados Unidos.
Com o Federal Reserve seguindo firme no compromisso de elevar a taxa de juros, o risco adiante é de uma recessão da economia americana. Diante disso, analistas têm piorado as expectativas de lucro das empresas listadas no S&P 500. A gigante americana de entregas FedEx já emitiu o primeiro sinal de alerta, que deve ser seguido por outras peso-pesado ligadas à logística, como Amazon e UPS.
Em meio a esse cenário externo nebuloso, fica difícil para os mercados domésticos navegarem por águas tranquilas. Ainda mais porque a cena local carece de novidades.
Nem mesmo a pesquisa Datafolha, divulgada ontem, trouxe novidades na corrida presidencial. Ao contrário, o novo levantamento mostra que o presidente💥️ Jair Bolsonaro não conquistou votos com as manifestações do 7 de Setembro, dando sinais de que já alcançou um teto.
💥️A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:
💥️EUA: os futuros do Dow Jones caía 0,68%; o S&P 500 recuava 0,82%; enquanto o Nasdaq cedia 1,03%;
💥️Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 0,95%; a bolsa de Frankfurt perdia 1,51% e a de Paris caía 1,21%, mas a de Londres avançava 0,15%
💥️Câmbio: o DXY tinha alta de 0,17%, a 109.93 pontos; o euro cedia 0,17%, a US$ 0,9982; a libra tinha queda de 0,52%, a US$ 1,1408; o dólar caía 0,20% ante o iene, a 143,23 ienes.
💥️Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,475%, de 3,455% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,909%, de 3,877% na sessão anterior
💥️Commodities: o futuro do ouro caía 0,38%, a US$ 1.671,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,51%, a US$ 85,53 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,70%, a US$ 91,48 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em queda de 1,17% em Dalian (China), a 715,50 yuans.
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