Ibovespa hoje: Mercado fica à mercê do cenário internacional e das eleições
Ibovespa deve ter semana pressionada pela turbulência dos mercados internacionais e maior volatilidade por causa das eleições (Imagem: Reuters/Andrew Kelly)
O Ibovespa deve começar a última semana de setembro acompanhando o sinal negativo vindo dos mercados internacionais, onde a expectativa de inflação e juros mais altos por mais tempo continua pressionando os ativos de risco. Além disso, a reta final para o primeiro turno das eleições torna o ambiente local mais volátil.
Por ora, a ausência de mudanças no cenário mantém os investidores na defensiva. Os índices futuros das bolsas de Nova York recuam, assim como o petróleo, em meio à maior probabilidade de uma recessão global. Portanto, ainda não há sinais de um rali de alívio.
Já o 💥️dólar segue ganhando terreno em relação às moedas rivais, com destaque para as divisas europeias. O 💥️euro está cada vez mais distante da paridade, ao passo que a 💥️libra se aproxima da faixa de US$ 1. Ainda mais agora que o Reino Unido vive uma dinâmica de país emergente, com as contas públicas fragilizadas, inflação alta, crise energética e banco central “atrás da curva”.
Brasil como exemplo
Nesse quesito, o Brasil continua servindo de exemplo. A atuação na vanguarda do Comitê de Política Monetária (Copom) no combate à alta dos preços torna o cenário local mais construtivo. Porém, a bola agora está com o governo.
Daí porque o cenário eleitoral é tão importante. Afinal, a manutenção do ambiente doméstico mais atrativo vai depender da capacidade do candidato vitorioso nas urnas em outubro de deve buscar soluções viáveis para o crescimento econômico, com responsabilidade fiscal.
Em entrevista recente ao Money Times, o ex-presidente do BC e autor da emenda do teto dos gastos Henrique Meirelles foi enfático ao dizer que as políticas monetária e fiscal precisam andar juntas. Por isso, no curto prazo os negócios locais ficam sujeitos a turbulências externas e à volatilidade da disputa presidencial.
De olho na agenda
Aliás, na contagem regressiva para a votação no domingo, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva mantém a tendência positiva, ao passo que o rival Jair Bolsonaro permanece estacionado. A pesquisa FBS/btg mostra que o petista oscilou 1 ponto para cima, atingindo a maior distância frente ao candidato à reeleição em seis semanas.
Nos próximos dias, saem novas pesquisas eleitorais, a começar pelo Ipec (ex-Ibope), hoje à noite. Também merece atenção o debate promovido pela TV Globo entre os presidenciáveis, na quinta-feira (29). Por sua vez, o evento realizado no SBT na semana passada em nada deve ter alterado a dinâmica recente, assim como a sabatina da TV Record a partir de hoje.
Entre os indicadores econômicos, as atenções ficam divididas entre dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos e eventos envolvendo pelos BCs de ambos os países. Amanhã, o Copom divulga a ata da reunião da semana passada, que deve corroborar o fim do ciclo de alta da Selic. Já o Federal Reserve deve manter o tom agressivo (“hawkish”) em discursos de membros votantes ao longo da semana.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h40:
EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,66%; o do S&P 500 recuava 0,67%; enquanto o Nasdaq tinha queda de 0,50%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,74%; a bolsa de Frankfurt cedia 0,24%; a de Paris caía 0,23% e a de Londres recuava 0,82%
Câmbio: o DXY tinha alta de 0,43%, a 113.68 pontos; o euro cedia 0,43%, a US$ 0,9648; a libra tinha queda de 1,03%, a US$ 1,0738; o dólar subia 0,59% ante o iene, a 144,19 ienes.
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,773%, de 3,688% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,295%, de 4,212% na sessão anterior
Commodities: o futuro do ouro caía 0,48%, a US$ 1.647,60 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI recuava 1,05%, a US$ 77,88 o barril; o do petróleo Brent perdia 1,14%, a US$ 84,06 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em queda de 1,46% em Dalian (China), a 710,50 yuans.
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