Lula eleito no 1º turno é bom ou ruim para o mercado financeiro?

Lula

Na possibilidade de o resultado das urnas ser contestado, um gestor disse não ver reflexo nos mercados. (Imagem: REUTERS/Suamy Beydoun)

O ex-presidente 💥️Lula (💥️PT) liquidar a fatura no primeiro turno das eleições, neste domingo (2), é marginalmente positivo para o mercado financeiro no curto prazo, disseram analistas e gestores.

No entanto, a possibilidade é considerada remota por agentes do mercado, que preveem uma disputa acirrada no segundo turno e veem chances de uma contestação do resultado do pleito.

O presidente💥️ Jair Bolsonaro (PL) tem declarado, sem provas, que haverá fraude nas urnas, enquanto o petista lidera a corrida eleitoral desde que recuperou os direitos políticos em meados de 2023.

Lula aparece com 52% dos votos válidos, ante 34% do atual mandatário, em pesquisa Ipec/Globo realizada entre 25 e 26 de setembro. Para vencer o primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um.

Uma incerteza a menos

O gestor de renda variável da Daycoval Asset, Anand Kishore, disse que o término das eleições de 2022 no próximo dia 2 representaria uma incerteza a menos para os mercados, que gostam de previsibilidade.

No entanto, restaria saber qual seria a composição do novo governo & notadamente do Ministério da Economia & e a sua relação com o Congresso Nacional, destacou.

Kishore vê o Ibovespa avançando de forma mais consistente no primeiro trimestre do ano que vem, enquanto parte do mercado fala em um rali de fim de ano após as eleições.

Para o gestor da Skopos Investimentos Pedro Cerize, a vitória de Lula no primeiro turno geraria uma composição de governo menos amigável ao mercado. Mas ele ressalta que considera menos provável a hipótese de a eleição presidencial terminar no próximo dia 2.

No Twitter, ele disse acreditar que o ex-presidente teria de negociar mais alianças em um eventual segundo turno.

Um outro gestor, de uma casa com R$ 1,5 milhão, disse que não acredita em vitória no primeiro turno, mas que faria sentido pensar que, passada a eleição, a Bolsa teria espaço para subir.

Na avaliação desse gestor, que preferiu não se identificar, o Brasil está em uma situação econômica melhor do que a de países desenvolvidos.

A inflação global, segundo ele, favorece as exportadoras de commodities. De outro lado, disse, o fim do ciclo de aumento da Selic deve beneficiar companhias domésticas.

O Santander disse que os últimos quatro ciclos eleitorais no Brasil mostraram uma compressão de aproximadamente 60 pontos-base nos rendimentos dos títulos do governo nos três meses seguintes, abrindo caminho para a renda variável.

“Nossos dados indicam uma alta de 9% [para o Ibovespa] três meses após os resultados das 💥️eleições e uma compressão de aproximadamente 60 pontos-base nos rendimentos dos títulos do governo”, disse a estrategista de ações Aline de Souza Cardoso.

Na possibilidade de o resultado das urnas ser contestado, um outro gestor disse não ver reflexo nos mercados. Ele lembrou do que aconteceu nos Estados Unidos: a invasão do Capitólio & o centro legislativo do país & após a eleição do democrata Joe Biden não “fez preço” nos mercados.

“Para achar que vai fazer preço, teria que acreditar que haverá ruptura institucional”, disse. “Não parece que existe apoio do ✅establishment [para um golpe]”, afirmou.

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