Commodities agrícolas: outro dia de ‘tiro de tudo quanto é lado’ e poucas informações confiáveis

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Volatilidade impera em mais um dia sem rumo das commodities (Imagem: Pixabay)

Não há que ser diferente a volatilidade das commodities agrícolas nesta sexta (14) do que vem rolando há muito tempo.

A farta munição de cenários torna difícil a clarividência dos fundamentos, este próprios confusos em alguns setores. O malabarismo diário dos analistas e comentaristas da chamada mídia especializada pouco acrescenta.

A guerra da Ucrânia entra e sai dos preços, a agitação diária dos mercados financeiros pelo espectro de uma recessão global que ainda ninguém sabe o tamanho, e pelos indicadores econômicos dos Estados Unidos, não dão trégua.

Ao mesmo tempo, o clima errático nos dois maiores produtores mundiais, EUA e Brasil, e demandas vistas hoje e revistas amanhã, deixam cada relatório do USDA também valendo só hoje nem sempre no dia seguinte.

Veja o exemplo do trigo, há quatro a cinco dias, explodiu acima dos US$ 9,30, depois veio de duas sessões de baixas que levaram às mínimas de duas semanas, e na quinta avançou mais de 10 pontos. E nada mudou significativamente em relação ao cenário da Ucrânia, com a Rússia ameaçando fechar o corredor de exportação do Mar Negro.

Por sinal, a commodity cai agora em Chicago, quando poderia até estar subindo, e provavelmente vão dizer que é realização de lucros.

O caso do café é outra situação de total incerteza. Há poucos dias os preços avançavam com preocupações com a oferta do Brasil e número menor de registros na ICE Futures (Nova York),  logo em seguida vem dados sobre chuvas razoáveis mas não em volumes prejudiciais, mas desde sempre pairando a demanda mundial comprometida. Ontem, foi um dia desses, inclusive pelo nível conhecido da inflação nos EUA, quando o derivativo perdeu mais de 3%.

Em menos de 12 horas, nada mudou, mas o café arábica abriu subindo e agora virou.

A soja e o milho, sempre os principais destaques em grãos, não fogem à regra. Por que o milho está caindo nesta passagem de Chicago, se o último reporte do USDA, da quarta, cortou a produção americana, e ontem fechou no positivo?

Vai ser alegada, muito provavelmente, realização de lucros – embora a subida anterior tenha sido tímida – e menor produção de etanol nos EUA.

Quanto à oleaginosa, estende a valorização, mas também tímida diante do mesmo relatório do USDA que cortou volumes. E ainda com o plantio brasileiro seguindo, embora com alguns riscos por chuvas excessivas no Sul, isto é, fator de pressão.

Vão embutir nessa história algum respingo de demanda global, como foram as 500 mil toneladas chinesas dos EUA há dois dias, e que voltou a reacender a história de que ‘agora a China vai’, mas ainda não veio.

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