China não deve ‘adoçar’ inflação ‘salgada’ nos EUA nem salvar economia da recessão

EUA China

Inflação salgada ao consumidor nos EUA e na China requer ajuste nos preços globais de bens, que deve castiga a economia global (Imagem: REUTERS/Aly Song)

A inflação ao consumidor está “salgada” nas duas maiores economias do mundo. Enquanto nos Estados Unidos, o CPI ficou acima do esperado em setembro, permanecendo nos maiores níveis em 40 anos, na 💥️China os preços no varejo subiram no ritmo mais rápido desde abril de 2023, no auge da pandemia

Ainda assim, as perspectivas para a inflação na China permanecem benignas.

“Não há sinais preocupantes de pressão inflacionária no país, que apresenta a menor variação de preços das grandes economias globais”, resume o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa. 

Afinal, com o 💥️consumo doméstico fraco, a 💥️atividade econômica fragilizada pelos lockdowns e os preços ao produtor chinês (PPI) em forte desaceleração, o aumento de preços na China, de fato, tende a ser temporário. Já nos EUA, o caráter transitório defendido pelo presidente do 💥️Federal Reserve, Jerome Powell, não se confirmou.

“Diante disso, a dúvida é se a China estaria prestes a exportar deflação e, assim, conter as pressões inflacionárias na economia dos EUA”, ressalta o estrategista-chefe de mercados emergentes da BCA Research, Arthur Budaghyan. 

Oferta x demanda

O fato é que a inflação global dos preços deve-se, em grande parte, ao excesso de 💥️demanda — e não à escassez de oferta de produtos. Portanto, uma desinflação consistente e duradoura nos EUA exige a chamada “destruição da demanda”.

Ou seja, somente a queda no consumo dos norte-americanos por bens levará ao recuo nos índices de preços.

“É improvável que a inflação nos EUA caia abaixo de 3,5% ou 4% sem uma contração da demanda doméstica”, explica Budaghyan, da consultoria canadense. 

O problema é que a queda na demanda dos EUA por bens e 💥️commodities fará com que os preços das cadeias globais de produtos comercializáveis entrem em uma trajetória negativa. Aliás, os pedidos globais de exportação de manufaturados já estão caindo. 

Como resultado, a atividade mundial será castigada, enquanto o processo de desaquecimento da economia dos EUA via a redução das importações ainda não acabou. 

“Uma recaída na atividade econômica gerando uma forte onda desinflacionária é um cenário mais plausível nos próximos 12 meses”, observa o estrategista da BCA. 

E os mercados?

Nesse choque entre a deflação chinesa e a inflação nos EUA, interessa aos mercados o chamado “efeito multiplicador” na luta contra a alta dos preços. Daí, então, o embate se dá entre as políticas 💥️monetária e 💥️fiscal.  

“Quando o Fed e outros bancos centrais, como o europeu (BCE) decidem combater a inflação via aumento das taxas de juros, isso força os governos a restaurar a sustentabilidade da dívida pública”, explica o economista do Natixis, Patrick Artus.

Isso implica que uma nova oportunidade de compra surgirá primeiro em 💥️títulos soberanos do governo e depois — após certo atraso — em ações.

“Isso é verdade em todo o mundo, incluindo nos 💥️mercados emergentes”, afirma Budaghyan, da BCA.

Portanto, não haverá nenhum super-herói capaz de salvar o mundo da colossal enxurrada de recursos que os BCs injetaram no sistema financeiro desde 2023, superior a US$ 15 trilhões. E os investidores devem favorecer bônus em vez de ações — ao menos, por enquanto.

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