Bolsa ganha fôlego extra com Bolsonaro encostando em Lula nas pesquisas
Outras pesquisas têm mostrado a mesma tendência, o que reforça o otimismo da equipe bolsonarista (Imagem: Reprodução)
Pesquisas eleitorais mostrando um estreitamento na diferença entre 💥️Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 💥️Jair Bolsonaro (PL) na corrida presidencial têm adicionado um fôlego extra à bolsa brasileira nos últimos pregões, o que pode ser um sinal sobre a primeira reação ao resultado das urnas no próximo dia 30.
Referência do mercado acionário brasileiro, o 💥️Ibovespa (💥️IBOV) voltou a superar os 117 mil pontos nesta quinta-feira após o 💥️Datafolha mostrar Lula estável com 49% das intenções de voto no segundo turno, enquanto Bolsonaro oscilou 1 ponto para cima e foi a 45%, no limite do empate técnico.
Outras pesquisas têm mostrado a mesma tendência, o que reforça o otimismo da equipe bolsonarista. No primeiro turno, os principais levantamentos subestimaram os votos do presidente e candidato à reeleição.
Por volta de 15h30, o Ibovespa subia 0,4%, a 116.725,43 pontos, no quarto pregão seguido de alta, acumulando ganho de mais de 4% na semana. No melhor momento do dia, chegou a 117.366,58 pontos.
É certo que parte relevante dessa melhora segue a relativa trégua no exterior, onde 💥️Wall Street também engatou uma recuperação apoiada em resultados corporativos, após sofrer com temores sobre os efeitos na economia de uma política monetária mais agressiva nos 💥️Estados Unidos para derrubar a inflação.
Nesta sessão, o índice acionário norte-americano 💥️S&P 500 caía 1%, mas contabiliza elevação de mais de 2% nesta semana.
Mas também não é um segredo a predileção no mercado financeiro pelo perfil econômico do governo Bolsonaro, com menor presença do Estado na economia, mais favorável a privatizações, o que se reflete em certo ânimo nos pregões quando o presidente e candidato a reeleição avança contra o petista.
Ao término do primeiro turno, quando Lula venceu com uma diferença menor do que as pesquisas apontavam e a eleição no 💥️Congresso mostrou uma configuração mais centro-direita, houve certa euforia, principalmente nas ações de estatais como 💥️Petrobras (💥️PETR4) e 💥️Banco do Brasil (💥️BBAS3).
Naquela segunda-feira, o Ibovespa avançou 5,5%, enquanto as preferenciais da Petrobras dispararam 8% e as ações ordinárias do BB saltaram quase 8%.
De acordo com Ricardo Campos, diretor de investimentos da Reach Capital, a percepção é de que Bolsonaro trouxe uma eficiência maior para as companhias estatais e pode buscar a privatização de algumas empresas.
Mesmo do ponto de vista fiscal, apesar de seguidos ajustes para cima no teto de gastos, além de medidas com viés populista mirando a eleição, a equipe comandada por 💥️Paulo Guedes que seguirá à frente do Ministério da Economia se quiser, segundo Bolsonaro dispõe de certa confiança para os próximos anos.
Por volta de 15h30, o Ibovespa subia 0,4%, a 116.725,43 pontos, no quarto pregão seguido de alta, acumulando ganho de mais de 4% na semana (Imagem: Diana Cheng/Money Times)
“Não só existe a possibilidade de algumas privatizações, como também as expectativas macro fiscal, inflação, juro real e micro reformas, interferências políticas são melhores em um segundo governo Bolsonaro”, afirma o sócio de uma gestora em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado.
Lula tem recebido apoio de pessoas que são pilares em termos de formulação da política econômica, como o Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Pérsio Arida, mas a falta de detalhamento sobre seu posicionamento na área e também sobre quem será seu potencial ministro da Fazenda traz certo desconforto.
O apoio do ex-ministro Henrique Meirelles ao petista alimentou expectativas sobre sua participação em um eventual terceiro mandato de Lula e animou o mercado, dado o seu histórico como presidente do Banco Central nos dois governos de Lula e como ministro da Fazenda, com Michel Temer.
Mas sem anúncios mais efetivos, as especulações esfriaram.
“Isso continua sendo um grande enigma”, avaliam estrategistas do JPMorgan em relatório a clientes, reforçando que desafios fiscais são altos e ainda não estão sendo abordados.
Para a Emy Shayo e a equipe do JPMorgan, fatores como crescimento econômico e chance de queda da Selic no ano que vem apoiam uma visão construtiva para a bolsa, independentemente do resultado da eleições, mas eles não descartam “possíveis contratempos, considerando as muitas incertezas remanescentes no cenário político”.
Em 2022, o Ibovespa já acumula alta de mais de 11%. No mesmo período, o S&P 500 recua cerca de 23%.
De pano de fundo desse movimento estão componentes como um crescimento econômico mais forte do que o previsto, bem como o encerramento do ciclo de alta da Selic e previsões de queda do juro a partir do próximo ano.
Na visão de Werner Roger, gestor e sócio-fundador da Trígono Capital, se Bolsonaro vencer, a bolsa dará um salto rápido e forte. No caso de uma vitória de Lula, ele afirma não saber como será a reação, uma vez que ainda faltam informações sobre a sua política econômica.
Ele avalia que há muitos investidores esperando um desfecho para assumir ou retomar posições na bolsa.
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