Ibovespa embala com clima de virada, enquanto cenário externo segue estável
Ibovespa se descola dos riscos externos e tenta engatar uma semana inteira de ganhos, embalado pelo clima de virada nas eleições (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O Ibovespa tenta completar uma semana inteira de ganhos nesta sexta-feira (21), após cravar ontem o quarto pregão seguido de alta. A bolsa brasileira vive um “oba-oba eleitoral”, com os investidores animados pela aproximação de Jair Bolsonaro (PL) em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais.
Ainda que o petista continue liderando numericamente, alguns levantamentos já apontam um empate técnico entre os dois candidatos e até mesmo uma virada do atual presidente na disputa em segundo turno. Ou seja, o momento parece mais favorável a Bolsonaro, tanto nos números quanto na campanha.
O dólar também pega carona nesse movimento, embalado pelo apetite por risco. Enquanto o Ibovespa resgatava ontem a marca dos 117 mil pontos, a moeda norte-americana furava a faixa dos R$ 5,20, com os ativos locais atentos ao quadro eleitoral.
Com isso, os investidores desfazem uma postura defensiva e mandam o recado de que preferem uma reeleição de Bolsonaro a um terceiro mandato de Lula. Ainda mais agora que o ministro Paulo Guedes (Economia) resgatou um sonho antigo de criar um novo marco fiscal.
Deu o que falar ontem uma reportagem sobre os planos do Ministério da Economia para desindexar o salário mínimo e a aposentadoria. Apesar das críticas, o atual presidente sinaliza como pretende reformular o teto dos gastos e reformar o arcabouço das contas públicas. Enquanto isso, Lula segue sem anunciar suas propostas econômicas…
Exterior estável
Seja como for, o clima de virada eleitoral que toma conta dos negócios locais blinda os ventos contrários vindos dos mercados globais. Lá fora, o cenário segue inalterado.
Apesar do impulso recente dado pela temporada de balanços, o pano de fundo continua sendo o de uma inflação alta e taxa de juros elevadas por algum tempo. Afinal, é nítida a falta de progresso dos bancos centrais do Ocidente no combate à alta dos preços.
Essa percepção provoca um intenso vaivém entre as ações e as commodities, encurtando qualquer rali de recuperação e dificultando tentativas de acomodação dos ativos. Ainda mais diante da nova rodada de aumento no rendimento (yields) dos bônus globais.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h55:
EUA: os futuros do Dow Jones caía 0,37%; o S&P 500 recuava 0,56%; enquanto o Nasdaq tinha queda de 0,90%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 cedia 1,60%; a bolsa de Frankfurt recuava 1,56%; a de Paris crescia 1,70% e a de Londres tinha ligeira queda de 0,85%
Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,59%, a 113.55 pontos; o euro subia 0,46%, a US$ 0,9744; a libra tinha queda de 1,10%, a US$ 1,1115; o dólar subia 0,78% ante o iene, a 151,32 ienes
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,282%, de 4,233% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,620%, de 4,610% na sessão anterior.
Commodities: o futuro do ouro caía 0,49%, a US$ 1.628,80 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,38%, a US$ 84,84 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,47%, a US$ 92,81 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em alta de 0,37% em Dalian (China), a 678,50 yuans.
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