Fintechs e cripto são pautas em Criptorama, evento que acontece São Paulo
(Imagem: Leonardo Rubinstein Cavalcanti/Crypto Times)
Nesta terça-feira (9) acontece o evento Criptorama em São Paulo. O evento traz nomes do mercado de Fintechs, e tecnologia cripto, além de porta-vozes da regulação no Brasil como João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Bernardo Srur, Diretor da ABCripto.
No painel “Fintechs e o Futuro”, palestraram Arnaldo Rocha (Partner Dealmaker); Courtney Guimarães (Cientista Chefe Avade); Diego Perez (Presidente ABFintechs); Martha Lopes (Diretora Delta Fintech Lab & SEBRAE) e Vinicius Frias (Investidor).
Enquanto os EUA estão vindo com blockchain, O Brasil já está voltando com aplicação
A discussão girou em torno do futuro das Fintechs no Brasil e como irão se integrar ao ecossistema cripto. O consenso geral é que o Brasil está mais avançado, em termos de conhecimento e aproximação com regulador, do que países como os Estados Unidos
Conforme colocado, a CVM tem o hábito de fazer consultas públicas. “Sempre tivemos a liberdade de dialogar”, diz um dos palestrantes.
Martha Lopes, da Delta Fintech Lab, comenta que os setores que mais se destacam dentro da Delta foram os de diversidade, tanto social como tecnológica.
A Delta Fintech Labs diz ser um Hub de inovações financeiras do SEBRAE e CVM, onde buscam impulsionar novos negócios no setor de fintechs.
A gestão financeira entre fintechs também passa por necessidades, e já existem soluções para isso, segundo Lopes. “Temos a missão de conectar ambos”, diz.
“Existem fintechs com soluções iniciais, e também mais maduras que decidiram olhar para setores mais específicos. Tentamos olhar para os temas que estão em pauta, por exemplo tokenização”, comenta.
Hoje em dia está mais fácil empreender no meio cripto
Vinicius Frias comenta que antes haviam muito mais desafios para quem desejava unir as fintechs ao mundo cripto. Ele conta sobre o Alterbank, fintech do qual atuava como CEO que criou em meados de 2018. Em julho de 2023, comprada pela Méliuz.
“Em 2018 as criptos estavam caindo, mercado cripto no Brasil era muito manchado com golpes e pirâmides. As grandes marcas não aceitavam. O alterbank foi um dos primeiros a emitir o cartão da Visa”, diz.
Mas, conforme conta, não aconteceu antes de receber portas fechadas. Diz Frias que os investidores e marcas mostraram preocupações com lavagem de dinheiro e compliance
“Usei um background meu como consultor, mostrei pra eles o bitpay e wirex, marcas que já faziam o que pretendia lá fora. Foi uma virada de chave”, diz.
Para ele, hoje em dia não é mais tão difícil. Grandes players já pensam em entrar, ou já entraram neste mercado.
“Os desafios na época eram de captação de investimento, agora os investidores mudaram a cabeça”, diz.
Open Banking, PIX e criptoativos
O mediador do painel lança uma pergunta sobre a evolução da tecnologia de pagamentos no mercado tradicional: “As ferramentas impulsionam a longevidade das fintechs de cripto ou ainda estão fechadas?”, questiona.
Martha Lopes dispara que a atuação do sandbox do Banco Central traz “uma baita oportunidade”. Para avançarmos mais ainda, é preciso preparar as startups e diversificar os projetos que chegam no ambiente regulatório, coloca a empreendedora.
“Sobre o open finance, já é possível ver uma crescente no segmento de inovações”.
Courtnay Guimarães diz que o sandbox tem um efeito colateral muito subvalorizado: a educação do regulador e do legislativo.
Ele explica que, no Brasil temos uma moeda dúbia, existe uma infinidade de possibilidades ao explicar ao empreendedor o vácuo que existe no modelo de regulação atual. “No modelo [de regulação atual] é possível fazer muita coisa”, .
“Estamos em um momento absolutamente sensacional para quem quer empreender.”, diz
Em relação a “Crypto-as-a-service” & modelo de serviços oferecidos para empresas & Vinicius Frias diz que esse termo ainda é um “pouco gasoso”.
[Crypto-as-a-service] pode ser o que a Paxos oferece ao Picpay e Nubank. Pode ser uma infraestrutura, onde existem players de custódia como a Parfin ou a Fireblocks. Crypo-as-a-service ainda está se descobrindo no Brasil”, diz
Para ele, o termo ainda é muito amplo. Não está tão claro como “bank-as-a-service. Mas em desafios para ser mais amplo.
“Custodiar criptoativos não é tão simples”, diz, tanto em questões regulatórias, tecnológicas e contábeis, um serviço faria toda diferença na opinião do investidor. “Vejo muita potencial no setor.”
“Muita pouca gente conseguiu ser rentável como bank-as-a-service, fazer de maneira relevante, ainda existem poucas pessoas, e em crypto-as-a-service parece ser o mesmo caminho”, finaliza.
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