Ibovespa hoje: Nem PEC da Transição nem China assustam mercado
China convoca população idosa para vacinar contra a covid-19 e traz alívio aos mercados; sentimento por aqui deve se replicar em meio à negociação da PEC da Transição (Reuters)
O Ibovespa não deve reagir hoje no susto à PEC da Transição protocolada ontem à noite no Senado. Apesar de a proposta original prever um furo no teto de gastos de R$ 175 bilhões, e um extrateto de R$ 23 bilhões, o mercado doméstico deve trabalhar com uma cifra bem menor, de R$ 150 bilhões. Já o prazo tende a ficar entre dois e quatro anos.
Esse sinal de negociação dado pelo próprio PT tende a tranquilizar os investidores, uma vez que um gasto para atender às demandas do governo Lula em torno de R$ 150 bilhões não representa expansão fiscal. Se confirmadas as especulações, espera-se um alívio da pressão sobre os ativos locais até a aprovação do texto final, prevista para o dia 16.
Aí, então, a expectativa se volta para os nomes que irão formar o próximo governo. E é cada vez maior a chance de o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciar Fernando Haddad no comando da equipe econômica. O anúncio deve ser feito nos próximos dias, inclusive de modo a facilitar as negociações da PEC no Congresso.
Para receber o “aceite” do mercado à indicação de Haddad, Lula deve criar um grupo amplo de conselheiros econômicos, mesclando alas mais heterodoxas com representantes mais liberais. Tal estratégia já é vista na equipe de transição que, aliás, passa a contar com o ex-prefeito de São Paulo a partir de hoje.
Quem assusta o mercado?
Uma vez encaminhada a cena política local, o radar dos mercados se volta para o exterior. Vilão no pregão da véspera, a China vira herói dos mercados globais nesta terça-feira (29). A guinada se dá devido ao incentivo do governo chinês à vacinação da população idosa contra a covid-19. Vale lembrar que a China privilegiou a vacinação da força de trabalho.
A decisão do governo chinês é mais um passo em direção à flexibilização das medidas de combate à doença, principalmente os testes e a quarentena. Alvo de críticas de protestos no país durante o fim de semana, a convocação para que os idosos sejam agora vacinados reforça a ideia de que as manifestações devem sair de cena antes do fim da Covid Zero.
Em reação, as bolsas da China conduziram os ganhos na Ásia. 💥️Hong Kong disparou mais de 5%, enquanto 💥️Xangai saltou mais de 2%. Entre as commodities, o minério de ferro subiu 2% em Dalian, assim como o petróleo no mercado internacional. O movimento deve favorecer as ações da 💥️Vale e da 💥️Petrobras, que ontem salvaram o Ibovespa de uma queda maior.
No Ocidente, porém, uma única palavra volta a assustar os investidores: recessão. É cada vez mais certo que a economia dos Estados Unidos irá sofrer em 2023. Uma recessão leve ou média, semelhante à observada no início dos anos de 1970, é a mais provável.
Mas nada disso ainda está embutido nos preços dos ativos negociados em Nova York, com risco de contágio nos mercados globais. Portanto, a maior preocupação ainda está por vir & e não virá nem do Brasil, nem da China.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h40:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve alat de 0,12%; o do S&P 500 avançava 0,29%; enquanto o Nasdaq subia 0,48%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) recuava 0,94%, a 29.37 pontos no pré-mercado; nos ADRs, Vale tinha alta de 2,57%, enquanto o da Petrobras subia 1,80%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,30%; a bolsa de Frankfurt oscilava com +0,10%; a de Paris avançava 0,25% e a de Londres ganhava 0,25%;
Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,42%, a 106.23 pontos; o euro subia 0,38%, a US$ 1,0379; a libra subia 0,51%, a US$ 1,2021; o dólar tinha queda de 0,72% ante o iene, a 137,92 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,663%, de 3,685% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,430%, de 4,442%, na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro subia 0,81%, a US$ 1.754,40 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 2,38%, a US$ 79,06 o barril; o do petróleo Brent avançava 2,47%, a US$ 85,94 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em alta de 2,39%, a 771,50 yuans a tonelada métrica.
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