Ibovespa hoje: Fim de mês testa fôlego, mas mercados respiram aliviados

Ibovespa

Ajustes de fim de mês testam fôlego do Ibovespa, que tenta repetir ganhos da véspera, em meio aos ventos vindos de Brasília e do exterior (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa pode repetir hoje o movimento de ontem, quando disparou 2% em meio a um combo formado por China, PEC da Transição e novo governo. Porém, a última sessão de novembro deve ser marcada por ajustes típicos de fim de mês, aguçando a volatilidade no pregão. Ainda mais diante de uma agenda econômica carregada lá fora.

O destaque do dia fica com o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, à tarde (15h30). Apesar da aposta majoritária (70%) de redução no ritmo de alta da taxa de juros dos Estados Unidos em dezembro, para 0,50 ponto percentual (pp), o tom ainda duro (“hawkish”) na fala de membros do Fed abala a expectativa por um aperto menos agressivo.   

A sensação é de que os juros nos EUA continuarão subindo por algum tempo, ainda que a doses mais moderadas. Isso porque a inflação continua incomodando e o ciclo de aperto monetário só deve parar quando os riscos de recessão estiverem latentes. Aliás, essa é a palavra que deve movimentar os mercados globais em 2023 e mexer com o seu bolso.  

E isso é válido até mesmo para Wall Street. Por ora, os índices futuros das bolsas de Nova York exibem um viés positivo, alinhado aos ganhos do petróleo e aos ventos vindos da Ásia, onde Hong Kong disparou mais de 2%. Porém, dados de emprego (relatórios ADP e Jolts) e sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA testam a direção do dia. 

Ibovespa respira aliviado

Por aqui, os investidores respiraram aliviados com o sinal de que a proposta enviada pela equipe de transição para contemplar promessas de campanha do governo eleito não deve sair do Congresso como chegou. O mercado doméstico trabalha com um extrateto de R$ 150 bilhões, valor que não representa expansão fiscal, e prazo máximo de dois anos.  

Além disso, rumores de que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin deve assumir algum cargo na equipe econômica facilitam a digestão de Fernando Haddad em um ministério da área. Enquanto o ex-prefeito de São Paulo assumiria o Planejamento, que seria recriado com a divisão da Pasta da Economia, o ex-governador paulista ficaria com a Fazenda.

Correm por fora nomes como o de Josué Gomes & atual presidente da Fiesp e filho do ex-vice de Lula em mandatos anteriores, José Alencar & e de Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho do Bradesco. Há também os tradicionais cotados, como os pais do Plano Real André Lara Resende e Pérsio Arida.  

Seja como for, os ministros só devem ser anunciados após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para o dia 12. Antes disso, Lula articula importantes acordos políticos para formar uma base aliada e garantir a governabilidade a partir de 2023, mas sem deixar de citar a “herança maldita” herdada do governo Bolsonaro.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve alta de 0,13%; o do S&P 500 avançava 0,25%; enquanto o Nasdaq subia 0,41%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 0,69%, a 30.80 pontos no pré-mercado; nos ADRs, Vale tinha alta de 1,43%, enquanto o da Petrobras subia 0,90%; 

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,60%; a bolsa de Frankfurt ganhava 0,62%; a de Paris avançava 0,42% e a de Londres subia 0,51%;

Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,31%, a 106.49 pontos; o euro subia 0,32%, a US$ 1,0364; a libra subia 0,47%, a US$ 1,2007; o dólar tinha alta de 0,19% ante o iene, a 138,98 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,733%, de 3,749% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,475%, de 4,471%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,71%, a US$ 1.760,90 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 2,17%, a US$ 79,90 o barril; o do petróleo Brent avançava 2,02%, a US$ 85,95 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em queda de 0,58%, a 767 yuans a tonelada métrica.

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