Cadeia do etanol assume preços altos à espera de que Lula siga a regra de Bolsonaro
Usinas do Centro-Sul deverão deixar cana para janeiro em diante (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
Com chance ainda de sobrar cana para ser moída a partir de janeiro, mas com os impostos federais tendendo a voltar a ser cobrados dos combustíveis nesse mesmo mês, a cadeia do etanol ainda vai resistindo à perda de competitividade do hidratado frente à gasolina.
Vale dizer, que mesmo com oferta boa do biocombustível, que poderia pressionar os preços, a volta da cobrança do PIS/Cofins e da Cide, zerados pelo presidente Jair Bolsonaro até dezembro, dá esperança ao mercado de que a gasolina seja mais prejudicada e a demanda sustente os preços do etanol.
É a única justificativa vista pelo trader e CEO da SCA Trading, Martinho Ono, para a atual lateralização do hidratado, porém mantida, segundo ele, em paridade de 76% a 77% em relação a valor da gasolina na bomba – acima, portanto, do limite básico de 70%.
De todo modo, que os impostos federais vão voltar, não há dúvida. Se vão durar ou não, é outra história. Para o presidente Lula manter o corte, precisaria reeditar uma nova Medida Provisória (MP).
Ante a dúvida, e com o presidente da Unica, o ex-deputado Evandro Gussi, na equipe de transição de governo, as usinas e as distribuidoras estão assumindo a queda do consumo.
Sobre a oferta, Ono vê muitas usinas operando em dezembro, como já se viu pelos dados da Única da primeira quinzena de novembro, acima de 2023. Mesmo assim, a possibilidade de sobrar de 10 a 12 milhões de toneladas de cana na virada do ano é grande, especialmente se as chuvas seguirem atrapalhando em muitos pontos do Centro-Sul. É a chamada “cana bisada”.
Para a semana, o trader e analista da SCA acredita que pode haver um leve recuo na usina, ou algo próximo da estabilização da semana anterior, de menos 0,7% (R$ 2,84 o litro, livre de frete e impostos), pelo levantamento do Cepea.
Quanto às distribuidoras, também praticam preços de lado, entre pequenas altas e baixas, igualmente pelos dados da instituição da Esalq, embora os postos ainda estejam carregando estoques comprados a preços mais altos no período pré-eleitoral, como Martinho Ono já havia se manifestado ao Money Times.
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