Conab reduz safra de milho do Brasil por clima no Sul; soja tem leve recuo
A Conab reduziu a estimativa de primeira safra de milho do país para 27,2 milhões de toneladas, ante 28,15 milhões de toneladas na projeção de novembro (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)
A safra total de 💥️milho do 💥️Brasil 2022/23 foi estimada nesta quinta-feira em recorde de 125,83 milhões de toneladas, mas abaixo da previsão de 126,4 milhões de toneladas divulgada em novembro, com um clima irregular no 💥️Rio Grande do Sul afetando as produtividades da colheita de verão, apontou a💥️ Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A estatal reduziu a estimativa de primeira safra de milho do país para 27,2 milhões de toneladas, ante 28,15 milhões de toneladas na projeção de novembro.
A segunda safra, que responde pela maior parte da produção do cereal do Brasil e que só é plantada após a colheita de soja, teve a previsão mantida em 96,27 milhões de toneladas.
“No Rio Grande do Sul, a diminuição e irregularidades de chuvas em novembro, aliadas a altas temperaturas, provocaram sintomas de déficit hídrico nas plantas”, disse a superintendente de Informações da Agropecuária, Candice Santos, em nota.
A safra de milho gaúcha está agora estimada em 5,13 milhões de toneladas, versus 5,83 milhões na previsão de novembro. O Rio Grande do Sul planta o cereal apenas para colher no verão e não faz segunda safra.
“O clima afetou principalmente as áreas que se encontram no estágio reprodutivo. Diante disso, a 💥️Conab mantém o monitoramento das lavouras para avaliar os possíveis impactos, o que pode intensificar as quedas já registradas no rendimento do milho no Estado”, acrescentou a especialista da Conab, que apontou a continuidade de condições de La Niña, pelo menos até meados de janeiro, podendo reduzir chuvas no Rio Grande do Sul.
Ainda assim, a safra de milho de Brasil deverá ter um aumento de 11,2% na comparação com a temporada anterior, com ganhos de produtividade esperados em outros Estados, uma vez que a área total deve crescer 3,5%, para 22,33 milhões de hectares.
Já a safra de soja do Brasil 2022/23 foi estimada em recorde de 153,48 milhões de toneladas, leve queda na comparação com os 153,54 milhões da previsão anterior devido a ajustes na produtividade, mas um salto de 22,2% ante a temporada passada, quando a seca afetou as lavouras ao sul do Brasil.
A terceira estimativa para a área de soja aponta crescimento de 4,6% no plantio brasileiro, para 43,4 milhões de hectares, alta de 0,4% no comparativo mensal.
A conclusão da semeadura está prevista para o final de dezembro e as condições climáticas, de maneira geral, vêm beneficiando as lavouras, disse a Conab.
“Durante o levantamento de campo, identificamos que a leve redução na produtividade sobre a estimativa do mês anterior foi compensada pelos acréscimos nas áreas, em especial no Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais”, disse o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
A safra do Rio Grande do Sul, com potencial de ser o segundo Estado produtor de soja do Brasil em 2022/23, foi estimada em cerca de 22 milhões de toneladas, ligeira alta na comparação com a previsão de novembro, mas em função de uma elevação na expectativa de plantio.
A Conab identificou um “leve atraso” na semeadura das culturas de primeira safra, disse o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. “Essa cautela dos produtores é natural…”, afirmou ele citando restrições hídricas e baixa umidade do solo na região Centro-Oeste e no Matopiba. “Ainda assim, a produção estimada para a safra 2022/23 continua recorde”, declarou.
A arroz teve área estimada em 1,5 milhão de hectares, uma redução de 9,5% em relação à safra anterior, enquanto a produção está prevista em 10,4 milhões de toneladas, queda anual de 3,8%.
Já o algodão deverá crescer cerca de 2,3% na área, totalizando 1,6 milhão de hectares, com produção prevista de 2,9 milhões de toneladas de pluma, alta de 16,6% com recuperação das produtividades.
Para o trigo, com a expectativa de aumento de 11,5% de produtividade e de 11,6% da área cultivada em relação à safra passada, o levantamento da Conab “concretiza” uma produção recorde de 9,55 milhões de toneladas de trigo para esta safra, valor 24,4% maior que o do ciclo anterior.
Exportações e processamento
A Conab apontou redução das estimativas de esmagamento de soja, passando de 51,43 milhões de toneladas na previsão anterior para 50,68 milhões de toneladas, ainda assim um recorde e com crescimento na comparação com a temporada anterior, quando somou 48,9 milhões de toneladas.
A diminuição na estimativa mensal se deve ao percentual de mistura de biodiesel ao diesel nos três primeiros meses de 2023, definido em 10% (B10). Na estimativa anterior, a estimativa era de que esse percentual seria de 12% até março (B12).
Com essa redução no processamento de grãos prevista, as estimativas dos estoques finais de soja em grãos da safra 2022/23 passam de 5,28 milhões de toneladas para 6 milhões de toneladas. De outro lado, a previsão de exportação teve leve alta para 96,59 milhões de toneladas, um salto na comparação com a temporada anterior, quando somou 79,2 milhões, com o maior produtor e exportador global contando com uma oferta maior.
Quanto ao milho, para a safra 2023/22 o destaque é o aumento das estimativas de exportações para 41,5 milhões de toneladas, considerando os altos volumes exportados em novembro e a boa expectativa para dezembro.
“Para a safra 2022/23 mantivemos a perspectiva de aumento do consumo interno de milho e projeção de continuidade de demanda externa aquecida…”, disse o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta, Allan Silveira, citando embarques de 45 milhões em 2022/23.
Para a safra de trigo, que foi iniciada em agosto/2022 e será encerrada em julho/2023, foram revisados tanto os números de produção quanto os de consumo interno, no que se refere ao uso para sementes, devido ao incremento de área plantada, disse a Conab.
A estimativa de exportação também foi ajustada, passando de 2,7 milhões para 3 milhões de toneladas.
💥️(Atualizada às 10:39)
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