PEC e Fed: Saiba o que esperar para o Ibovespa na semana
Ibovespa inicia a semana de olho na votação da PEC da Transição na Câmara e da última decisão de 2022 do Federal Reserve, ambos na quarta-feira (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O Ibovespa inicia a semana em compasso de espera pela quarta-feira (14). Depois de encerrar a sexta-feira de eliminação do Brasil na Copa do Mundo ciente de que Fernando Haddad irá comandar o Ministério da Fazenda, a bolsa brasileira aguarda agora as duas últimas grandes decisões do ano. E nenhuma delas virá do futebol.
Uma vem do exterior e se refere ao anúncio do Federal Reserve sobre a taxa de juros nos Estados Unidos. Apesar do consenso de redução no ritmo de alta para 0,50 ponto porcentual (pp), a expectativa é de que Jerome Powell endureça o tom. Afinal, por mais que o tamanho do aperto seja menor neste mês, o Fed deve continuar subindo os juros.
Mais que isso, Powell deve reiterar que a taxa de juros norte-americana seguirá elevada por algum tempo. Ao menos até a inflação cair a níveis mais confortáveis. Com isso, merece atenção o índice de preços ao consumidor nos EUA (CPI), que sai na terça-feira. Portanto, um dia antes da última reunião de 2022 do Fed.
Aliás, a quarta-feira será um dia decisivo também no Brasil. A expectativa é de que neste dia a Câmara dos Deputados vote a PEC da Transição já aprovada no Senado. Para acelerar a tramitação, o texto deve ser colocado em pauta já amanhã. No dia seguinte, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento sobre o orçamento secreto.
Ibovespa à espera de PEC e Fed
Até lá, o Ibovespa deve ter sessões arrastadas. Mesmo com o fim precoce da Copa no Catar para a seleção brasileira, os negócios locais devem seguir com liquidez reduzida. Os investidores tendem a manter a postura defensiva, à espera também de novidades dos futuros integrantes da equipe econômica de Haddad e de mais nomes do próximo governo.
Hoje, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice na chapa, Geraldo Alckmin, serão diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda por aqui, destaque para as publicações do Banco Central na semana: o boletim Focus (hoje), a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã, e o relatório de inflação (RTI), na quinta-feira.
Lá fora, os ativos de risco também oscilam entre margem estreita, no aguardo dos últimos grandes eventos do ano. Ou seja, no apagar das luzes de 2022 não há muito clima para comemoração. Ao contrário, os mercados globais redobram a cautela já tentando vislumbrar o que vem por aí em 2023. Por ora, as perspectivas não são nada animadoras.
Nem mesmo na China, onde o já perceptível fim da política de Covid Zero é acompanhado de um aumento generalizado de casos de covid-19. Como resultado, a população que antes protestava contra o controle, agora alimenta uma sensação de insegurança. Nem um nem outro são favoráveis à atividade econômica, seja na oferta, seja na demanda.
Confira o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h40:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha alta de 0,14%; o do S&P 500 subia 0,18%; enquanto o Nasdaq avançava 0,21%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 0,70% no pré-mercado; nos ADRs, o da Petrobras tinha leve baixa de 0,09%, enquanto o da Vale ainda não exibia negociação;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,47%; a bolsa de Frankfurt recuava 0,18%; a de Paris oscilava com -0,08% e a de Londres tinha queda de 0,14%;
Câmbio: o índice DXY tinha leve baixa de 0,03%, a 104.74 pontos; o euro oscilava com +0,03%, a US$ 1,0558; a libra tinha alta de 0,05%, a US$ 1,2241; o dólar tinha queda de 0,45% ante o iene, a 136,09 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,534%, de 3,584% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,323%, de 4,361%, na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro caía 0,46%, a US$ 1.802,30 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 0,86%, a US$ 70,40 o barril; o do petróleo Brent recuava 0,91%, a US$ 75,41 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em leve alta de 0,12%, a 810 yuans a tonelada métrica, após ajustes.
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