Lula vai precisar reduzir tamanho da PEC se quiser Selic baixa, diz Mansueto, do BTG

Lula; Selic, Juros, Banco Central

Se a PEC for aprovada com espaço de R$ 200 bilhões, há uma chance muito grande de o Banco Central não promover nenhuma redução da Selic em 2023. (Imagem: Facebook/Lula)

O 💥️Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (💥️Copom) e nela reforçou o que já vem dizendo nos últimos meses: vai manter a taxa 💥️Selic elevada por um período prolongado.

Desde agosto, a taxa básica de 💥️juros está estacionada no patamar de 13,75% ao ano. Trata-se do maior patamar da 💥️Selic desde janeiro de 2017.

Um dos fatores que está mantendo o 💥️Banco Central mais rigoroso com a política monetária é o 💥️risco fiscal do futuro governo, puxado principalmente pela 💥️PEC de Transição que está tramitando no Congresso.

“O Comitê avaliou que mudanças em políticas parafiscais ou a reversão de reformas estruturais que levem a uma alocação menos eficiente de recursos podem reduzir a potência da política monetária”, aponta a ata.

Para Mansueto Almeida, economista-chefe do 💥️BTG Pactual, se o mercado quiser começar a ver cortes na 💥️Selic, o governo de 💥️Luiz Inácio Lula da Silva precisa reduzir o tamanho da PEC e definir uma fonte de financiamento.

Segundo Mansueto, que é ex-secretário do 💥️Tesouro Nacional, caso a PEC seja aprovada com espaço de R$ 200 bilhões para despesas extras no próximo ano, há uma chance muito grande de o 💥️Banco Central não promover nenhuma redução da 💥️Selic em 2023.

“Se quiser o benefício da dúvida do mercado e consolidar o cenário de redução de taxa de 💥️juros no próximo ano pelo 💥️Banco Central, acho que o governo deveria reduzir o tamanho da 💥️PEC da Transição e definir uma fonte de financiamento para não termos um déficit primário tão elevado, que teria impacto indesejado no crescimento da dívida e no aumento dos riscos fiscais”, afirma.

Posicionamento em linha

Apesar do posicionamento rigoroso, a ata do 💥️Copom veio em linha com o esperado pelo mercado.

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, destaca que o texto segue citando a preocupação com a inflação e desaceleração global, além das preocupações em relação à política fiscal e impacto na política monetária.

“O 💥️Banco Central tem estado cada vez mais atento a esse ponto, que tem trazido muita volatilidade para os mercados. Mas já se esperava esse tom mais duro com relação à condução da política monetária, já que temos um fiscal em deterioração.”

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, também aponta para o trecho da ata que foi firme nos potenciais danos que a injeção de capital descalibrada do fiscal pode causar à economia.

“Ressalta-se que o parafiscal, dentre os quais a utilização do 💥️BNDES, pode diminuir a potência da política monetária e elevar o 💥️juro neutro. O que significa dizer que o grau de austeridade da política monetária pode ser reduzido pelo pior motivo”, diz.

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