Setor imobiliário inicia 2023 de olho nos bancos centrais (e nos juros) do Brasil e dos EUA
(Imagem: Pixabay/@joelfotos)
O setor imobiliário tem terrenos, projetos aprovados e percepção que há continuidade de demanda por moradias, mas vai calibrar seus lançamentos, no início de 2023, até que tenha mais clareza em relação aos rumos do novo governo. Recentemente, o 💥️Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou manutenção da taxa básica de juros em 13,75%, mas o colegiado já deixou claro que poderá recorrer a aumentos da Selic em caso de aceleração do aumento da 💥️inflação.
Elevações da 💥️taxa de juros afetam os custos do financiamento imobiliário, com desenquadramento de parte dos compradores potenciais de apartamentos e casas. Outro efeito da 💥️Selic mais elevada é que aplicações financeiras passam a ter mais potencial de atrair parte dos recursos que iriam, originalmente, para investimentos em 💥️tijolo.
Por ter ciclos de longo prazo, o 💥️setor imobiliário prefere ficar em compasso de espera, em momentos de incerteza, e tirar seus planos da gaveta à medida que o cenário se tornar menos turvo.
💥️Juros no Brasil e nos EUA
O mercado monitora também a trajetória de alta dos juros americanos e os níveis de inflação nas principais economias do mundo. Nesta semana o 💥️Federal Reserve (Fed) – o Banco Central dos Estados Unidos – anunciou elevação de 0,5 ponto percentual da taxa de juros do país, reduzindo o ritmo de altas que vinha sendo adotado na tentativa de controlar as subidas de preços.
Voltando ao Brasil, o setor imobiliário segue de olho nas perspectivas de crescimento da economia e nos indicadores de emprego e desemprego. Segundo o último Relatório Focus, do Banco Central (BC), analistas mantiveram a expectativa de elevação de 3,05% do 💥️Produto Interno Bruto (PIB), neste ano. Para 2023, as estimativas são de aumento de 0,75%, ou seja, de uma alta bem mais modesta.
No trimestre encerrado em outubro, a taxa de desemprego do país medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (💥️IBGE) ficou em 8,3% – menor nível para o período desde 2004.
De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) ficou em 73,1 pontos, em novembro, com queda de 6,7 pontos, puxada por mais cautela na abertura de vagas de serviços. Foi o menor patamar desde julho de 2023 e a segunda retração consecutiva.
Se houver novos aumentos da Selic e o consumo e o crescimento econômico diminuírem, a parcela de pessoas desempregadas tende a ser maior. Como o desempenho do setor imobiliário é muito atrelado ao da economia, uma eventual piora do desemprego afetaria a confiança do consumidor e o ritmo de compra de moradias.
💥️Perspectivas para 2023
Na avaliação do Secovi-SP, o setor tem potencial para repetir, no próximo ano, os lançamentos e as vendas de 2022, na cidade de São Paulo. As vendas de imóveis residenciais tendem a terminar este ano, na cidade de São Paulo, perto do recorde de 66,1 mil unidades de 2023. Já os lançamentos devem ficar cerca de 15% abaixo das 81,8 mil unidades do ano passado, segundo o Secovi-SP.
No início de dezembro, a FGV e o Sinduscon-SP divulgaram que o PIB da construção cresceu 7%, neste ano, enquanto o incremento da produção formal de empreendimentos imobiliários foi de 12%. Para 2023, são estimados aumentos de 2,4% para o PIB da construção e de 5% para o de edificações.
Ou seja, a expansão da atividade do setor ocorrerá em menor ritmo e continuará a ser puxada pela construção residencial formal. A produção do setor a partir de 2024 dependerá dos lançamentos do próximo ano. Não faltam projetos imobiliários.
Portanto, as definições em relação à política fiscal e à taxa básica de juros serão fundamentais para a tomada de decisões pelas incorporadoras de apresentar empreendimentos e pelos clientes – principalmente os de classe média – de comprar imóveis.
✅💥️*Rogério Santos é um dos fundadores da UBlink.
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