Ambev (ABEV3): Problema vai além de Americanas (AMER3); analistas explicam por que não gostam da ação
Ambev caiu em todos os pregões pós-comunicado da Americanas (Imagem: Rafael Borges/Money Times)
O caso da 💥️Americanas (💥️AMER3) parece respingar em outras empresas negociadas na Bolsa.
Uma das preocupações que analistas levantaram logo após o anúncio de inconsistências contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões no balanço da Americanas era o potencial impacto sobre o setor de 💥️varejo e 💥️consumo.
Se, por um lado, o 💥️Magazine Luiza (💥️MGLU3) “aproveita” a baixa da Americanas em um possível movimento de redirecionamento de recursos, a 💥️Ambev (💥️ABEV3) se encontra no limbo.
Fernando Ferrer, analista da 💥️Empiricus Research, em comentário sobre o rombo de R$ 20 bilhões da Americanas, já avaliava uma reação negativa para as ações da 💥️cervejaria.
A Ambev caiu em todos os pregões pós-comunicado da Americanas. Nesta segunda-feira (16), a companhia perdeu 4,9%, negociada a R$ 13,20.
A Empiricus está “short” em Ambev, citando a reputação em risco da empresa, que tem como controladora a 💥️3G, cujos sócios são acionistas de referência da Americanas.
“Não estamos falando de Americanas ou Ambev apenas. É o simbolismo dos grandes representantes vivos do capitalismo brasileiro e de todo o legado 💥️Lemann – Fundação Lemann, Fundação Estudar, Eleva… não há como apresentar-se em favor da formação de líderes competentes e éticos no Brasil enquanto se mostra conivente com 10 anos de contabilidade criativa”, comentou Felipe Miranda, CIO da casa de análise.
Além de Americanas
Para alguns analistas, o problema da Ambev está no conjunto de números fracos que a companhia deve apresentar na nova temporada de resultados.
O 💥️Morgan Stanley assume que os volumes de cerveja no Brasil tenham crescido 7% no quarto trimestre de 2022 ante mesmo período de 2023, “um número sólido, na nossa visão, mas significativamente abaixo das expectativas do mercado”, destaca, em relatório publicado nesta segunda.
O banco cita alguns fatores que podem ter levado a esse desempenho, como:
“Ainda achamos que é justo dizer que as expectativas envolvendo a potencial aceleração com a Copa do Mundo foram excessivamente otimistas”, dizem Ricardo Alves e Lucas Mussi, que assinam o relatório.
Em níveis consolidados, o Morgan Stanley estima Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 7,1 bilhões para a Ambev, com as operações no Brasil respondendo por R$ 3,4 bilhões diante de margens ainda comprimidas.
Nas outras unidades de negócio da companhia (operações internacionais), o Morgan Stanley ainda espera ver alguns desafios.
“CAC [América Central e Caribe] e Canadá devem continuar sendo penalizados, enquanto esperamos um leve impacto da Copa do Mundo para LAS [América do Sul] & principalmente na Argentina”, avaliam Alves e Mussi.
Para o Morgan Stanley, a margem Ebitda da operação ✅core da Ambev continuará depreciada em 2023, em aproximadamente 28%, contra uma média de cinco anos de cerca de 46% antes da pandemia do coronavírus. A instituição cortou o preço-alvo da ação para R$ 12, mantendo a recomendação de “underweight”.
O banco enxerga a Ambev sendo negociada a cerca de 17,5 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2023. No modelo, analistas consideram um múltiplo de 15-16 vezes como um intervalo mais apropriado.
Para a equipe de análise, o rating de “underweight” ainda é “relativamente atrativo” devido aos riscos de ✅downside para as estimativas de LPA (lucro por ação).
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