Bancos credores da Americanas rejeitam ser sócios da empresa
A dívida da empresa está estimada em R$ 40 bilhões (Imagem: Rafael Borges/Money Times)
A recusa dos 💥️bancos credores em se transformarem em acionistas da 💥️Americanas (💥️AMER3) estremeceu as negociações para a rolagem da dívida da companhia com as instituições financeiras.
A percepção dos negociadores foi a de que a empresa tenta “dividir a conta”. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, uma das propostas colocadas à mesa era a de que os sócios injetassem R$ 6 bilhões na companhia e que os bancos credores entrassem com outros R$ 6 bilhões.
A dívida da empresa está estimada em R$ 40 bilhões. As 💥️ações da empresa fecharam nesta segunda-feira, 16, com baixa de 38,41%, a R$ 1,94. Só neste mês, os papéis da empresa tiveram desvalorização de quase 80%.
A injeção do montante daria às instituições uma fatia acionária da companhia, numa conversão proporcional às dívidas com cada banco. Em termos nominais, os mais expostos são 💥️Bradesco, 💥️Santander, 💥️Itaú, 💥️Safra e 💥️BTG, que, na semana passada, tentou congelar um depósito de R$ 1,2 bilhão da Americanas.
Os bancos querem que os acionistas de referência & Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira & desembolsem algo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Menos que isso, “nem pensar”, disse um banqueiro ouvido sob a condição de anonimato.
Justiça
Um das mostras de que as conversas entre bancos e a varejista subiu de tom desde a sexta-feira, 13, foi a petição do BTG, em que o banco de André Esteves argumenta que a Americanas é uma “empresa que tem fraude contábil em seu modelo de negócio” e assim, “não há função social subjacente que se possa preservar”.
Na sexta, a Americanas obteve no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) uma medida cautelar para evitar a execução de dívidas por 30 dias, inclusive o movimento do BTG.
Parte dos envolvidos nas negociações soube do movimento da companhia pela imprensa, isso em meio a uma reunião tensa que acontecia entre os banqueiros e Sergio Rial, ex-presidente da empresa que agora atua como assessor dos acionistas, e terminou sem acordo.
Na sexta, a Americanas obteve no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) uma medida cautelar para evitar a execução de dívidas por 30 dias, inclusive o movimento do BTG (Imagem: Rafael Borges/ Money Times)
Ontem, o BTG voltou a se movimentar e fez mais uma petição na 4.ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, levou o caso para a arbitragem em São Paulo.
No novo pedido, os advogados do banco & dos escritórios Galdino & Coelho, Pimenta, Takemi, Ayoub Advogados e FCDG Advogados & argumentam que o juiz do Rio, que bloqueou o pagamento de dívidas “induzido a erro pela narrativa simplória da Americanas” e novamente usa o termo “fraude” para definir os problemas no balanço da companhia.
Na petição, os advogados do BTG argumentam que o trio de sócios de referência da Americanas têm R$ 180 bilhões em patrimônio, “suficiente para garantir as obrigações correntes e preservar a atividade econômica”.
Negociação
A avaliação de operadores do mercado é a de que a empresa precisa sentar-se à mesa nas tratativas. Rial não tem mandato para tomar decisões por eles, e a visão dos bancos é a de que as negociação precisam se dar de forma mais direta. Por isso, há uma pressão para que alguém com esse poder de tomar decisões assuma as conversas. Um dos nomes que tem circulado para ser o interlocutor dos bancos é Paulo Alberto Lemann, filho de Jorge Paulo, e conselheiro da varejista.
As instituições financeiras exigem que a varejista coloque a contabilidade em dia e que o atual diretoria e conselho sejam removidos da negociação e responsabilizados.
Ainda ontem, a empresa divulgou por meio de fato relevante publicado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que a Rothschild & Co vai atuar como interlocutora na renegociação da dívida da Americanas no Brasil e no exterior.
BNDES
Também ontem, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que tem dois financiamentos ativos com a Americanas, contratadas entre abril e maio de 2018, no valor total de R$ 2,4 bilhões, informou a instituição de fomento, em nota.
Conforme informações disponíveis no site do BNDES, os dois financiamentos foram destinados ao plano de negócios da empresa, de 2016 a 2018, contemplando investimentos em “inovação em varejo digital, suporte ao crescimento do negócio, suporte ao crescimento das subsidiárias, fortalecimento da capacidade de armazenamento e distribuição”.
Fundos
Levantamento feito pela Economatica a pedido do E-Investidor, plataforma digital do Estadão com dicas sobre finanças, apontou que 1.057 fundos (588 de ações e 469 de debêntures) têm a Americanas na composição das suas carteiras, o que pode trazer algum prejuízo a eles.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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