Procura por seguro rural no Brasil triplica em 5 anos, diz CNseg
A região Sul do Brasil foi a que liderou a procura pelo seguro rural em 2022 no acumulado até novembro (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)
A procura por seguro rural no 💥️Brasil triplicou nos últimos cinco anos, apontou levantamento da 💥️Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), com produtores buscando maior proteção após adversidades climáticas que afetaram as safras em temporadas recentes.
Além disso, a subvenção governamental ao prêmio do seguro rural aumentou nos últimos anos e permitiu que o mercado crescesse, o que estimulou a contratação pelos produtores.
O indicador de aumento da procura é a arrecadação do seguro rural, que atingiu 12,6 bilhões de reais de janeiro a novembro de 2022, alta de 40% versus 2023, disse CNseg.
No mesmo período de 2018, o setor havia arrecadado 4,28 bilhões de reais.
“É evidente que a subvenção é o alicerce do mercado de seguros, e uma maior procura dos segurados faz também com que a subvenção venha a diluir o custo financeiro deles, seja subvenção federal, concedida por meio do governo federal, e até subvenções estaduais”, disse o vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais, Daniel Nascimento.
“Mas o que a gente percebe no mercado é que a percepção de risco do produtor está maior, principalmente pelas perdas ocorridas no último ano…”, disse ele, acrescentando que no ano passado quebrou a safra de 💥️soja, mas em 2023 produtores também tiveram perdas por geadas, como foi o caso daqueles que plantam 💥️milho ou cultivam 💥️café, no Sul e Sudeste.
Em 2022, o governo federal concedeu pouco mais de 1 bilhão de reais para a subvenção ao prêmio do seguro, versus 1,15 bilhão em 2023, o que mostra que o interesse do produto em segurar sua safra aumentou apesar de uma queda no subsídio dado pelo governo, conforme os dados da CNseg.
Em 2018, foram ofertados em subsídios cerca de 370 milhões de reais.
Segundo Nascimento, a demanda no mercado pela subvenção em 2022 era por algo próximo a 1,7 bilhão de reais.
O novo ministro da Agricultura, 💥️Cárlos Fávaro, afirmou nesta semana à Reuters que o seguro rural será uma das prioridades de sua gestão, enquanto a federação das seguradoras disse que está atenta às iniciativas governamentais, inclusive nos Estados, para manter o crescimento.
Apesar do aumento do seguro nos últimos anos, a proporção entre a área plantada e a segurada é de 15% no Brasil, índice baixo quando comparado com outros importantes produtores agrícolas, como 💥️Estados Unidos (cerca de 90%) e 💥️China (perto de 65%), segundo dados citados por Nascimento.
Isso mostra o potencial do mercado brasileiro para as seguradoras, mas também indica riscos elevados para o setor de seguro, com o clima tendo castigado safras de soja, milho, cana e café nos últimos anos.
A região Sul do Brasil foi a que liderou a procura pelo seguro rural em 2022 no acumulado até novembro.
No ranking de Estados aparecem: 💥️Rio Grande do Sul (19,1%), seguido pelo 💥️Paraná (17,7%), 💥️São Paulo (15,7%), 💥️Goiás (9,3%) e 💥️Mato Grosso do Sul (8,7%).
Juntos, esses Estados representaram 70,5% da arrecadação nacional no período.
Segundo o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, o seguro Rural é fundamental para a agricultura no país.
Ele citou que os produtos estão disponíveis para agricultores que seguem as boas práticas de manejo, como zoneamento agrícola, além da adequada correção de solo, adubação e controles fitossanitários.
Indenizações Também Saltam
Se mais produtores têm buscado se proteger das intempéries, as quebras recentes de safras resultaram em um forte aumento nos pagamentos das indenizações, que subiram de 1,95 bilhão de reais em 2018 para 10,3 bilhões de reais em 2022, alta de 78,6% ante ante 2023.
Pela primeira vez na história do país, as indenizações superaram 10 bilhões de reais, notou o CNseg.
Diante das quebras de safra, a Brasilseg, líder em seguros do agronegócio, com cerca de 60% do mercado no país, está planejando dividir o risco de suas apólices com mais resseguradoras, disse um presidente seguradora, Rogério Idino, à Reuters, no início do mês.
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