Comprar dólar agora para lucrar com a alta do Fed na semana que vem vale a pena?

Dólar

Dólar tem exibido forte oscilação no mercado local com a política, enquanto fim de alta de juros nos EUA segura avanço da moeda (Imagem: Pixabay/kalhh )

Nas primeiras semanas de 2023, com um novo governo no Brasil, o 💥️dólar à vista vem exibindo sua costumeira volatilidade. Este mês, a moeda chegou à máxima de R$ 5,48, enquanto foi à mínima perto de R$ 5,05.

A oscilação mais intensa em um curto período de tempo é, segundo analistas, atrelada aos ruídos de comunicação do governo de Luiz Inácio 💥️Lula da Silva, que envolve falas do ministro da Fazenda, Fernando 💥️Haddad, de outras pastas ligadas à economia, autonomia do 💥️Banco Central (💥️BC), criação de uma moeda em comum com a Argentina. Além dos riscos e receios fiscais e com as contas públicas do país.

Dólar está acomodado?

Se a moeda anda mais agitada no mercado doméstico, no exterior, o Dollar Index (💥️DXY) tem exibido um movimento “mais comportado”. O índice que mede a força do dólar ante uma cesta de moedas opera nos menores níveis desde junho de 2022, perto dos 102 pontos.

Para o analista de inteligência de mercado da 💥️StoneX, Leonel Mattos, não se trata de acomodação do DXY e sim, uma nova leitura em relação ao dólar no exterior e à economia dos 💥️Estados Unidos.

Segundo ele, em meio às sinalizações do 💥️Federal Reserve (💥️Fed, o banco central norte-americana) de que reduzirá o ritmo de alta de juros, houve uma migração de recursos para a Europa, região que tem elevado o tom em relação a política monetária.

“O ciclo de alta de juros parece estar chegando ao fim nos Estados Unidos. Com isso, estamos acompanhando um arrefecimento do dólar. Além disso, as perspectivas econômicas para o país estão um pouco melhores e isso tirou um pouco de peso sobre a moeda. É muito mais uma mudança de leitura do que acomodação de patamar”, avalia.

Entretanto, a economista-chefe da 💥️Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, diz que há um consenso de que o dólar já tenha atingido seu pico no cenário internacional.

“A elevação de juros nos Estados Unidos [ciclo iniciado em março de 2022] resultado em alta global do dólar. Agora, com a proximidade do fim do ciclo de altas [de juros] por lá, a retomada de preços das 💥️commodities e a reabertura da economia da 💥️China, temos um arrefecimento também global da moeda americana”, comenta.

Segundo a economista, a expectativa para o encontro do Fed na próxima semana, que deverá resultar em alta de 0,25 ponto percentual (p.p.), mesmo que diretores da autoridade monetária mantenham um discurso mais duro (✅“hawkish”) em relação ao combate à inflação.

“O discurso diz mais sobre manter a taxas de juros elevada por um período prolongado do que no sentido do aperto monetário ser maior do que precificado pelo mercado. Após essa elevação residual de 0,25 p.p., o mercado vai entender se o Fed deixará a porta aberta para mais altas residuais”, acrescenta.

Euro fortalecido indica dólar mais fraco

O analista da StoneX chama a atenção para os atuais patamares do 💥️euro, cotado na faixa de 1,08 em relação a US$ 1. A moeda da 💥️zona do euro opera nos maiores níveis dos últimos oito meses e deixa para trás o cenário de paridade com a moeda norte-americana, alcançada entre julho e agosto do ano passado.

Com isso, Mattos observa que a expectativa econômica para a 💥️Europa mudou, com a região trilhando um caminho de mais altas de juros, sentindo os efeitos da inflação e mostrando que, em relação aos Estados Unidos, deverá levar mais tempo para recuperar-se.

“O euro e a libra, um pouco, têm mostrado essa mudança de cenário frente ao dólar. Enquanto elas se fortalecem, a moeda americana vai se arrefecendo, diluindo um pouco as apostas de recessão nos Estados Unidos”, comenta.

O que fazer até o Fed?

A economista da Veedha diz que, nas últimas semanas, o cenário internacional tem ajudado a dar fôlego para o real em relação ao dólar.

Porém, não fosse o cenário político mais sensível, a moeda brasileira poderia “estar desfrutando” de um momento mais positivo. “Poderia estar mais perto dos R$ 5. Mas a política tem sido um contrapeso para isso”, pondera.

Mattos, da StoneX, acrescenta que até a reunião do Fed e no curto prazo, a moeda norte-americana deve seguir exibindo oscilações no mercado doméstico. Porém, limitada na faixa entre R$ 5,20 e R$ 5,40.

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