Semana de decisão de BCs terá primeira dobradinha Fed e Copom do ano
Decisões de bancos centrais marcam a semana da virada de mês, com destaque para a “Super Quarta” do Fed e do Copom, seguida da “Super Quinta” europeia (Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst)
A semana que marca a virada do mês ganha destaque para os mercados pelas decisões de bancos centrais. Os BCs dos Estados Unidos (Fed), do Brasil (Copom), da Inglaterra (BoE) e da zona do euro (BCE) reúnem-se logo no início de fevereiro.
O destaque fica com a “Super Quarta”, quando acontece o primeiro “Fompom” do ano. Neste dia, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve e o Comitê de Política Monetária do BCB anunciam suas respectivas taxas de juros em um intervalo de poucas horas.
E essa coincidência irá se repetir outras cinco vezes ao longo de 2023. Em março, maio, setembro, outubro e dezembro, ambos os Comitês voltam a se reunir nos mesmos dias. Não por acaso, em fevereiro, tem ainda a “Super Quinta” europeia um dia depois.
Porém, cada autoridade vive um momento distinto no atual ciclo de política monetária. Enquanto o BC inglês e o BCE ainda apertam os juros a dose de 0,50 ponto porcentual (pp), cada, o passo do Fed e do Copom são mais incertos.
De um lado, a expectativa nos EUA é de redução no ritmo de alta dos juros, para 0,25 pp. Se confirmada, será a segunda desaceleração seguida. Afinal, em dezembro o Fed elevou a taxa em 0,50 pp, vindo de quatro altas consecutivas de 0,75 pp entre junho e novembro de 2022.
Fed e Copom: o que vem depois da pausa?
Depois disso, ainda se espera um ajuste residual de 0,25 pp, seguido de uma pausa estendida da taxa dos Fed Funds. Aliás, o Copom vive exatamente esse momento de manutenção dos juros por um período prolongado & depois de ter elevado a Selic por 12 vezes, no mais longo ciclo desde 1999.
A diferença é que enquanto a expectativa para o Fed é de cortes agressivos a partir de meados deste ano, aqui, cresce a previsão de uma taxa básica estacionada nos atuais 13,75% por ainda mais tempo. Mais que isso, o próximo passo do Copom pode ser para cima & e não para baixo.
Com isso, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, e o comunicado do Copom, ambos após os respectivos anúncios no dia 1º, tendem a ajudar a traçar o plano de voo. Porém, o cenário à frente é nebuloso, sujeito a falhas operacionais na condução da taxa de juros & e na dinâmica dos mercados.
💥️Mercado se decide antes
Afinal, ainda que os dados recentes apontem para uma resiliência da economia norte-americana, em algum momento, a atividade dos EUA deve parar, ficando à beira da recessão. Isso porque o aperto dos juros já feito pelo Fed ainda não se reflete nos lucros corporativos, a inflação não baixou para níveis aceitáveis e o desemprego ainda não subiu.
O mesmo acontece no Brasil, que parece já ter caído no precipício, desprovido de uma nova âncora fiscal. Ainda assim, os “gringos” mantêm um apetite voraz pelo 💥️prêmio de risco no Brasil, dando ritmo ao Ibovespa. O ingresso de recursos externos na B3 abriu o debate sobre o dólar vir abaixo de R$ 5,00 em breve.
Só que essa janela de oportunidade para os emergentes pode se fechar assim que os ventos favoráveis vindos do exterior mudarem de direção. Aliás, vale lembrar que a China volta nesta semana da longa pausa pelo feriadão do ano novo lunar de número 4.721, regido pelo Coelho.
O animal, que na sabedoria popular chinesa rege um período favorável à tranquilidade e à prosperidade, neste ano é associado à água. Esse elemento básico de característica líquida garante a fluidez necessária ao dinheiro. Mas onde é mesmo que se diz que “contra fluxo, não há argumento”?
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