Nem Magalu nem Mercado Livre: saiba quem vai dominar o e-commerce brasileiro
Nem Magazine Luiza nem Mercado Livre; o mercado brasileiro de e-commerce será dominado por três grandes players chineses (Imagem: Freepik/@snowing)
Nem Magazine Luiza (MGLU3) nem Mercado Livre (MELI34). O mercado brasileiro de e-commerce será dominado por três grandes players vindos da China.
Shopee (ou 💥️Temu), TikTok Shop e Shein. Talvez você não esteja familiarizado com todos esses nomes, mas ainda vai ouvir bastante dessas três empresas de origem chinesa.
A previsão é do ex-country manager da Aliexpress, Yan Di. O chinês, que mora há cerca de 20 anos no Brasil e tem passagens também pela Huawei e pela Baidu (o Google chinês), postou no LinkedIn nesta semana uma estimativa capaz de assustar as gigantes do varejo brasileiro.
Divididas em três partes, as postagens explicam porque no futuro o 💥️e-commerce brasileiro será dominado por essas três gigantes. E o motivo é simples. A começar pelos três principais pilares do e-commerce: produto, preço e experiência.
“A China é a fonte da grande maioria dos produtos consumidos no Brasil e em um mercado extremamente sensível ao preço como aqui, o mais importante para o e-commerce é ter um controle sobre a fonte dos produtos”, explica Yan.
China tem o maior e-commerce do mundo
Nesse sentido, o chinês lembra que a maioria dos marketplaces brasileiros vendem produtos direta ou indiretamente importados da 💥️China. Além disso, a China possui o maior e mais maduro mercado de e-commerce do mundo.
É também o maior e mais maduro mercado em termos logísticos. Citando dados do mercado, Yan afirma que a China envia 100 bilhões de pacotes por ano. O volume é cinco vezes mais do que os 💥️Estados Unidos movimentam anualmente.
Daí, então, porque nem Magazine Luiza nem Mercado Livre serão capazes de competir. Afinal, a maior barreira competitiva para ambas as empresas é a infraestrutura de logística.
“Os maiores problemas são o déficit de tecnologia, a lentidão na evolução do modelo de negócios e os enormes custos de tráfego”, enumera Yan, sem citar os nomes das empresas. Para ele, esses problemas não devem sofrer uma transformação fundamental no curto prazo.
Por outro lado, Yan cita como exemplo como a empresa chinesa de logística expressa J&T construiu uma rede no Brasil, “que cobre todo o país com eficiência e preço inigualáveis”.
Para ele, qualquer grande empresa chinesa de e-commerce (Shopee/Temu e Shein) devem aproveitar essa infraestrutura para eliminar o déficit logístico. “É uma questão de tempo, mas vai acontecer”, prevê.
Novas tendências
Além disso, o chinês, que agora atua como diretor-geral em uma empresa na área de serviços e soluções de tecnologia no comércio de influência, lembra que novos modelos de negócios surgem no e-commerce.
“A maior tendência no varejo online atual é o live/short video commerce, com origem chinesa”, afirma. Para ele, a disseminação de novas tecnologias e tendências da China para o Brasil e o resto do mundo é simplesmente inevitável.
💥️Já ouviu falar do live commerce? Conheça 5 dicas para a inovar no varejo
Nesse sentido, a 💥️TikTok sai na frente. “É atualmente a primeira plataforma no mercado brasileiro que lançará o live commerce de ciclo fechado”, afirma, em outras postagem.
Ou seja, todas as compras e pagamentos ocorrem durante a live. Não há a necessidade de pular para links externos e, consequentemente, não existe o risco de “perder usuários” nem “ferir as experiências” do consumidor.
A previsão é de que a TikTok Shop chegue ao Brasil ainda no primeiro semestre de 2023. Já o 💥️Shopee deve entrar no Brasil em breve, após testes que a chinesa Temu realiza atualmente nos EUA.
Trata-se da plataforma da maior empresa de ✅social commerce do mundo, da chinesa 💥️Pinduoduo, que movimenta um volume bruto de mercados mais de 10 vezes maior que a do Mercado Livre. “A compreensão sobre os hábitos dos consumidores, o controle da cadeia de abastecimento e o uso do marketing está entre os melhores do mundo”, afirma Yan Di.
Ele lembra que a Shopee tem origem em Singapura. Porém, todos fundadores, a maioria da equipe e os capitais são chineses, ressalta.
Aliás, existe a possibilidade de a 💥️Shein mudar a matriz para o sudeste asiático também. “Mas não por causa disso deve-se chamar a empresa de origem de Singapura”, explica o especialista.
Aliás, a Shein (a pronúncia correta é “She-in”, do inglês “Ela está na moda”, na tradução livre) é uma plataforma pioneira, em muitos aspectos. A empresa possui um valor de mercado superior a US$ 60 bilhões e lança, em média cerca de 10 mil novos modelos por mês. A cadeia de fornecedores e o esquema de ✅marketplace também chamam a atenção, confira:
Depois de tudo isso, fica claro porque no futuro não existirá nenhum player local no e-commerce brasileiro. Ainda mais, após o vácuo multibilionário deixado pela Americanas (AMER3) na esteira das inconsistências contábeis na ordem de R$ 20 bilhões, que sucedeu no pedido de recuperação judicial cerca de uma semana depois.
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