Traders esperam cortes de juros na maioria de BCs em um ano
O Federal Reserve reduziu o tamanho do aperto e reconheceu que a inflação está mais baixa (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)
De olho em ganhos, os 💥️mercados precificam cada vez mais uma reversão do ciclo de aperto monetário global no segundo semestre, o que dificulta a tarefa dos 💥️bancos centrais para derrotar a 💥️inflação de uma vez por todas.
A recuperação dos mercados de 💥️renda fixa este ano, puxada pela aposta de investidores em guinadas rápidas da política monetária, fez com que o rendimento médio dos títulos de dois anos caísse 30 pontos-base nas economias do G7, a queda mais forte em cinco semanas desde o início de 2012.
A divisão entre bancos centrais que buscam se manter firmes na batalha contra a inflação e mercados que apostam em uma reversão da política monetária aumentou novamente nesta semana, mesmo após três grandes bancos centrais terem elevado os juros e prometido repetir a dose.
O 💥️Federal Reserve reduziu o tamanho do aperto e reconheceu que a inflação está mais baixa, ao mesmo tempo em que sinalizou que vai precisar de “mais alguns” aumentos para chegar a níveis suficientemente restritivos.
O 💥️Banco Central Europeu e o💥️ Banco da Inglaterra também alertaram que a luta contra a inflação está longe de terminar.
Otimistas, investidores viram as coisas de maneira diferente e comemoraram as observações do presidente do Fed, Jerome Powell, segundo o qual o processo desinflacionário já começou. O mercado gostou especialmente do sinal de que seus colegas podem ter que ajustar a política monetária se a inflação cair mais rápido do que o esperado, embora ele tenha dito que esse não é seu caso-base.
Shana Sissel, fundadora e presidente da Banrion Capital Management, em Chicago, diz que, de certa forma, os investidores estão jogando com o banco central americano, “esperando que possam influenciar o Federal Reserve a cortar (os juros) este ano”.
Ela não vê essa possibilidade, já que as autoridades do Fed “querem ver a inflação cair para a meta de 2% e permanecer lá, por alguns meses, antes mesmo de considerar algo nessa linha”, disse Sissel à Bloomberg Radio.
Traders também ignoraram as advertências do BoE e do BCE nesta semana e atuaram com base nos sinais de fraqueza econômica que, segundo eles, obrigarão uma pausa e, depois, devem levar a cortes nas taxas de juros.
A dissonância dos bancos centrais em relação aos mercados é mais do que apenas uma guerra de palavras. As apostas em uma reversão para cortes de 💥️juros podem, na verdade, obrigar autoridades a manter as taxas em níveis mais altos por mais tempo para alcançar o aperto que investidores tentam aliviar agora.
Três autoridades do Fundo Monetário Internacional alertaram em blog nesta semana que os bancos centrais precisam responder aos mercados e “permanecer resolutos”, sem afrouxar prematuramente a política monetária, ou correm o risco de um forte retorno da inflação à medida que a atividade se recupera.
Ainda assim, alguns players estão convencidos de sua tese. O discurso dos bancos centrais é contundente: “’(juros) mais altos por mais tempo, o trabalho não terminou’. Mas, quando as economias começarem a entrar em colapso por causa da velocidade e magnitude de seu aperto anterior, o mercado precificará as políticas de recessão, independentemente do nível de inflação”, disse Kellie Wood, gestora de renda fixa da Schroders, em Sydney.
“O mercado de títulos acertou nesse ciclo e acredito que vai acertar novamente na queda”, afirmou.
Outros apostam na tese dos bancos centrais para lucrar.
O fundador da Bridgewater Associates, Ray Dalio, disse que os investidores devem acreditar em Powell e no Fed, o que classificou como “uma das apostas mais fáceis e seguras” de que o afrouxamento esperado pelos mercados não se concretizará.
O cenário para os 20 principais mercados emergentes estava dividido em novembro: a expectativa era de que sete bancos centrais elevassem os juros e sete cortassem. Agora, 12 devem reduzir as taxas e dois podem aumentar.
A ação dos investidores reforça as apostas em um confronto com bancos centrais globais, o que levanta questões sobre como e se as autoridades devem responder.
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