BCE precisa ‘mostrar os dentes’ para atingir meta de inflação
A inflação caminha para uma alta mais moderada de 6,3% este ano e só atingirá a meta de 2% no segundo semestre de 2025, de acordo com as mais recentes previsões do BCE (Imagem: Flickr/BCE)
Para Robert Holzmann, que faz parte do Conselho do 💥️Banco Central Europeu, a instituição deve combater a inflação de forma ativa até que a estabilidade de preços possa ser sentida no cotidiano da população.
“O risco de apertar demais parece encolhido pelo risco de fazer muito pouco”, disse Holzmann em conferência nesta segunda-feira em Budapeste. “A política monetária deve continuar ‘mostrando seus dentes’ até que vejamos uma convergência confiável para nossa meta de 💥️inflação.”
Os comentários do presidente do banco central austríaco vêm na esteira da decisão do 💥️BCE de elevar a taxa básica em 0,5 ponto percentual pela segunda vez seguida na semana passada. A instituição prometeu repetir a dose no mês que vem & mantendo uma postura dura contra a maior pressão inflacionária de preços desde a introdução do euro.
O crescimento econômico da zona do euro ficou praticamente estagnado no fim do ano passado, e a inflação recuou em relação às máximas históricas. Com isso, autoridades monetárias da região começaram a questionar se um ritmo de aperto mais lento seria mais apropriado. O💥️ Federal Reserve elevou a taxa de referência em apenas 0,25 ponto percentual na semana passada, embora Jerome Powell, presidente do Fed, tenha prometido continuar a subir os juros.
A inflação na 💥️zona do euro se desacelerou mais do que o esperado devido à queda nos custos de energia, mas as pressões no núcleo do índice permanecem, disse na semana passada a presidente do BCE,💥️ Christine Lagarde.
Em outro evento, o presidente do banco central da Eslovênia, Bostjan Vasle, afirmou que os aumentos dos juros estão “longe de terminar”. Já a autoridade monetária da Letônia, Martins Kazaks, avisou que apenas uma surpresa “significativa” nos dados poderia interromper o aumento planejado de 0,5 ponto em março.
A inflação caminha para uma alta mais moderada de 6,3% este ano e só atingirá a meta de 2% no segundo semestre de 2025, de acordo com as mais recentes previsões do BCE, publicadas em dezembro.
Holzmann avalia que os passos oportunos do BCE ajudaram a manter as expectativas de inflação perto da meta, mas os consumidores ainda sentem o impacto do crescimento muito rápido dos preços em suas vidas cotidianas.
Uma ação fraca da política monetária corre o risco de desancorar essas expectativas e tornaria os esforços posteriores para domar os preços mais demorados e custosos, explicou.
“Em última análise, as perdas que nós, como autoridades da zona do euro, incorremos por não cumprirmos consistentemente nossa meta de inflação correm por nossa conta e risco”, disse Holzmann.
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