A cobrança dos países ocidentais sobre Lula na Guerra da Ucrânia, após um ano de conflito
Índia cedia G20 em 2023, sob pressão por condenação de ações de Putin
Assumindo a presidência rotativa do G20 este ano, a Índia já deixou claro que não pautará sanções econômicas contra a Rússia no encontro que ocorrerá em Nova Déli, mesmo que a guerra seja um assunto inescapável em razão de seus efeitos inflacionários sobre as cadeias globais de valor.
Poucos fazem tão bem o papel da ambiguidade estratégica na diplomacia quanto o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, um provável ‘espelho’ para a atuação de Lula na questão russo-ucraniana.
O líder indiano enviou ajuda humanitária à 💥️Ucrânia, mas não virou às costas para Putin; corteja Washington e aliados ocidentais com equipamentos de defesa militar de alta tecnologia, e mantém compras em preços descontados de commodities, metais e fertilizantes vindos da 💥️Rússia.
“Esses países [emergentes] continuam querendo comercializar com a Rússia, mas rechaçam a imposição de sanções econômicas, evitando assumir custos econômicos por causa disso”, diz Garman, que complementa: “a tendência é que esses países vejam a guerra como uma questão mais regional do que um conflito entre democracia e autocracia”.
Brasil quer ‘clube da paz’ para negociar saída pacífica na Ucrânia
Aventada nos primeiros dias do governo, a proposta de um ‘clube da paz’ é a alternativa defendida pelo governo brasileiro para uma saída político-diplomática da guerra no 💥️Leste Europeu.
A ideia contemplaria a criação de um grupo de países intermediadores e não envolvidos no conflito que seria mais abrangente do que o 💥️Conselho de Segurança da ONU. O objetivo, então, seria trazer Rússia e Ucrânia à mesa de negociação.
O tema, segundo o próprio Lula, já havia sido introduzido aos europeus Olaf Scholz e Emmanual Macron, bem como a Biden. O governo russo, sob a figura do vice-chanceler Mikhail Galuzin constatou também ter recebido a proposta e disse que a analisaria, medindo sua viabilidade em função dos desdobramentos do conflito militar.
Os obstáculos para o sucesso da proposta são óbvios. De um lado, os russos continuam enxergando o conflito como uma questão de sobrevivência nacional; do outro, países da Otan (a aliança militar que une os países do Atlântico Norte) permanecem convencidos de que a vitória de Putin esvaziaria as regras internacionais, impondo precedentes para a ação de outras nações adversárias da ordem ocidental, qual seja, a China.
Lula já se colocou como interlocutor de outros conflitos
Não é a primeira vez que o presidente Lula procura fazer a mediação de conflitos. Logo que assumiu pela primeira vez, em 2003, o petista fez a defesa da criação de um Estado palestino e a resolução de um conflito territorial envolvendo Israel e Síria.
A intervenção de Lula foi um fracasso, gerando mal-estar entre políticos israelenses e pouco engajamento de membros da comunidade internacional.
Em 2010, já com o elogio ‘esse é o cara’ de 💥️Barack Obama, o petista obteve mais êxito. Junto à Turquia, o governo brasileiro conseguiu costurar o acordo nuclear que permitiu ao Irã enriquecer urânio fora do país com fins pacíficos.
À época, o papel do Brasil foi amplamente elogiado, dado grau de dificuldade e divergência entre os atores envolvidos.
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