Cancro do intestino mata 11 pessoas por dia. "Não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos
O cancro do intestino mata 11 pessoas por dia em Portugal. "Muitas destas mortes poderiam ser evitadas através de práticas preventivas e de rastreio para diagnóstico precoce. É sabido que a deteção do cancro colorretal, em estadio I, está associada a 90% de sobrevida global em 5 anos", alerta a Europacolon Portugal em comunicado, que reitera o apelo para se implementar um Rastreio de Base Populacional.
Todos os anos são diagnosticados mais de 10 mil novos casos desta doença e estima-se que existam cerca de 80 mil doentes ativos, sendo que 50% da população nacional ainda desconhece os sintomas deste tipo de cancro.
"O número de doentes continua a aumentar e o apoio nos hospitais é insuficiente. O prazo para fazer uma colonoscopia é de 6 a 12 meses em Portugal Continental. Desta forma, não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos a tempo de salvar vidas", adverte Vítor Neves, presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo (Europacolon Portugal).
"Infelizmente, existem disparidades gritantes em toda a Europa no rastreio do cancro colorretal", acrescenta a nota.
Segundo dados da Europacolon Portugal, apenas 14% dos cidadãos europeus do grupo etário (50 - 74 anos) foram convidados a aderir a um rastreio de base populacional.
“A deteção precoce deve ser prioridade da tutela, sob pena de aumentarmos os custos globais de saúde (diretos e indiretos) para os doentes, para as empresas que enfrentam o absentismo laboral, para os hospitais e centros de saúde, que vêm os seus pacientes aumentar, bem como o tempo de espera para a realização de exames complementares de diagnóstico e respetivos tratamentos. As Escolas precisam ter uma política uniforme no que respeita a alimentação nos refeitórios e a promoção de hábitos alimentares salutares. E o apoio à criação de campanhas de sensibilização junto da população deveria ser uma realidade", refere Vítor Neves.
O risco da doença aumenta a partir dos 50 anos. A obesidade, o consumo de álcool e tabaco são fatores de risco importantes, sendo que é fundamental conhecer os antecedentes familiares. Uma dieta rica em gordura, fritos, açúcar, carnes vermelhas e processadas aumenta a probabilidade de desenvolver cancro do intestino. Redução do consumo de álcool, aumento da atividade física e manutenção de um peso corporal saudável são algumas das estratégias fundamentais para prevenir este tipo de patologia oncológica.
Fique atento aos sintomas
Alteração persistente dos hábitos intestinais, como o aparecimento de prisão de ventre ou diarreia, sem razão aparente, e/ou fezes muito escurasPerda de sangue pelo reto/ânus ou sangue misturado nas fezes, sem irritação, dor ou pruridoDor forte ou desconforto abdominalSensação de que o intestino não esvazia completamente Dor forte, desconforto abdominal e/ou cansaço sem explicação aparente.Veja ainda: 10 alimentos que aumentam o risco de cancro
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