Como lago de 3.500 km² que evaporou na Bolívia levou ao fim de uma cultura
Os avós de Félix Mauricio se mudaram para Puñaca Tinta María em 1915, quando o Poopó inundou o povoado de barracos onde moravam.
"Os peixes eram grandes, um peixinho pesava três quilos", lembra, entre soluços, Mauricio, um pescador aposentado de 82 anos que masca folhas de coca para amenizar a fome.
Ele usa um chapéu de totora, o junco nativo com o qual os barcos são feitos, e um poncho listrado, símbolo dos urus, um povo estabelecido há milhares de anos no Peru e na Bolívia.
✅Aqui era o lago. Secou rápido", disse Mauricio à AFP, ajoelhado no leito que agora é um deserto.
O que resta do lago é, em grande parte, uma crosta de sal, na qual os últimos habitantes do povoado depositaram suas esperanças.
Félix Mauricio com o barco em miniatura que criou
Suspira, tira o cordão e o coloca, com cuidado, na terra morta, onde antes domava as ondas e o vento.
O lago "vai voltar! Daqui a uns cinco, seis anos, vai voltar", repete o velho, sereno.
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