Advogados identificaram 60 mulheres que acusam Al-Fayed de crimes sexuais
Sessenta mulheres acusam agora o antigo proprietário da loja londrina Harrods, Mohamed Al-Fayed, de agressão sexual e violação, quase o dobro das 37 da semana passada, afirmaram hoje em comunicado os advogados que as representam.
"Até à data, respondemos a mais de 200 pedidos e mensagens de todo o mundo. Confirmamos que representamos agora 60 sobreviventes na nossa ação, com mais para vir", sublinharam, salientando o âmbito 'cada vez mais internacional' deste caso.
Para além do Harrods, os advogados referiram "provas credíveis de agressões sexuais noutras propriedades e empresas de Al-Fayed, incluindo o Fulham Football Club, em Inglaterra, que comprou em 1997".
"Esperávamos que os abusos tivessem ocorrido onde quer que Mohamed Al-Fayed se deslocasse. Infelizmente, isso é verdade", acrescentam.
Dezenas de mulheres, algumas das quais eram menores na altura, acusaram Mohamed Al-Fayed, que morreu em agosto de 2023 com 94 anos, de violação e agressão sexual.
Pelo menos cinco afirmam ter sido violadas pelo pai do último companheiro da Princesa Diana, Dodi, que morreu com ela num acidente de viação em Paris, a 31 de agosto de 1997.
Desde as primeiras revelações feitas pela BBC, há uma semana, a equipa jurídica da Justice for Harrods Survivors, que vai intentar uma ação civil contra a loja, analisou numerosos pedidos de alegadas vítimas, testemunhas e "pessoas que trabalham atualmente no Harrods".
Alegando que os seus clientes "perderam toda a confiança no Harrods", os advogados apelaram novamente a "um processo independente e transparente" para avaliar e julgar as alegações.
A direção da loja admitiu na quinta-feira a existência de uma "cultura tóxica" na Harrods quando Mohamed Al-Fayed era o seu proprietário, acusando-o de "gerir a empresa como se fosse o seu feudo pessoal".
Na sequência deste facto, a polícia londrina apelou a todas as vítimas de Mohamed Al-Fayed para que façam queixa e mostrou-se disposta a investigar se outras pessoas poderão ser incriminadas neste caso, salientando que não é possível processar uma pessoa falecida.
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