RMP: festa de despedida foi linda. Até Gabriel pegar o microfone...

Despedida foi espetacular, mas Gabriel precisa, urgentemente, de um choque de realidade

Despedida foi espetacular, mas Gabriel precisa, urgentemente, de um choque de realidade Imagem: Wagner Meier/Getty

A festa foi espetacular, o mosaico lindo. O delírio na arquibancada, antes, durante (com ênfase na hora do gol) e depois (na sua substituição e na volta olímpica), impressionante. Não resta dúvida, Gabriel Barbosa se despediu da torcida rubro-negra como grande ídolo que se tornou nos últimos anos.

Quando o microfone lhe foi estendido, entretanto, deixou claro o porquê está saindo: desde 2022, quando fez o gol que garantiu a sua segunda Libertadores, passou a acreditar que é muito mais do que realmente é — um jogador decisivo, importantíssimo nessa segunda era de ouro do Flamengo, mas não um semideus, que, entre outras coisas, se achou no direito de republicar charge na qual aparecia sentado num trono, sorridente, com duas taças da Libertadores, diante de um Zico emburrado, com apenas uma:

"Cheguei aqui um menino, e acho que hoje é o dia em que me torno imortal. Daqui a pouco vou ter 30 anos, 35, 40, 90, não vou mais estar na Terra, mas o meu nome vai estar aqui para sempre. Então acho que hoje encerra-se um ciclo, hoje eu virei uma lenda", disse, na saída do campo.

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Imortal? Lenda? Ah, Gabriel, se você tivesse "desconfiômetro", como falava, minha saudosa e zombeteira tia Norma, talvez não caísse na armadilha que lhe foi minando aos poucos o profissionalismo, a seriedade na forma de encarar a carreira e o próprio futebol.

Gabriel precisa, urgentemente, de um choque de realidade. Se não o levar, aposto, fracassará no Cruzeiro, no Santos, ou em qualquer outro clube para o qual se transferirá. Ele não é mais um jogador de exceção. Deixou de sê-lo em 2022, quando anunciou na zona mista pós-final de Libertadores, que estava entrando em férias das quais não voltou até hoje.

Acorda, "lenda imortal"!

O Botafogo sobrou na temporada. O título brasileiro, aliado ao da Libertadores, o coloca num patamar até então aparentemente inatingível, o do Flamengo de Jorge Jesus, em 2023.

Considero aquela equipe mágica do Mister superior à de Artur Jorge, pelo jogo encantador e inovador que praticava.

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Mas se o Glorioso conseguir o título Mundial, que começa a disputar na próxima quarta-feira, as comparações poderão ser refeitas. A conferir...

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do

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