Evenepoel considera Pogacar inalcançável, mas Vingegaard não se dá por vencido no To
Remco Evenepoel entregou hoje a vitória final a Tadej Pogacar, com o belga a considerar que o ciclista esloveno é inalcançável, ao contrário de Jonas Vingegaard, que, pelo contrário, acha que a Volta a França não está perdida.
“Penso que o Jonas percebeu que o Tadej é superior e agora vai lutar por manter o segundo lugar e ganhar alguma etapa. Considero que o primeiro posto está muito difícil [de alcançar], Pogacar é demasiado forte, mas vou tentar acabar o mais acima possível”, prometeu o líder da Soudal Quick-Step.
No final da 14.ª etapa, ganha por Tadej Pogacar (UAE Emirates), Evenepoel desceu à terceira posição da geral, por troca com Vingegaard, com quem diz estar preparado para lutar pelo segundo lugar no pódio.
“Seguir o Pogacar não me interessa, é demasiado forte. As diferenças para o Jonas é que me importam”, garantiu o também terceiro da etapa, a 01.10 minutos do vencedor.
Bem ao seu estilo, o belga de 24 anos, que lidera a classificação da juventude e está a 02.22 minutos de ‘Pogi’, encontrou uma justificação para não ter conseguido responder à aceleração do camisola amarela, quando este atacou a 4.000 metros do alto de Pla d’Adet, e, depois, para perder terreno para o bicampeão em título.
“Fechou-me o meu próprio colega Mikel Landa, mas também Matteo Jorgenson [Visma-Lease a Bike]. Queria responder, mas não tive espaço. Penso que podia ter saído na roda de Jonas e segui-lo mais quilómetros”, avaliou, considerando ter, depois, pagado esse esforço extra, quando descolou do dinamarquês.
Ao contrário de Evenepoel, Vingegaard não dá o Tour por perdido, embora reconheça que “perder tempo nunca é positivo”.
“Mas penso que tive um bom desempenho. Quando a pendente [de inclinação da subida a Pla d’Adet] era mais dura, ia conseguindo diminuir a diferença, mas quando ficou mais plana favorecia-o mais a ele [Pogacar]”, analisou o bicampeão em título, que foi segundo na etapa, a 39 segundos do esloveno.
O líder da Visma-Lease a Bike admitiu que os 01.57 minutos que tem de desvantagem para o campeão do Giro2024 representam uma diferença “importante”, mas ainda assim garantiu que não dá o Tour por perdido, até porque a etapa de domingo lhe ‘assenta’ melhor.
Também Pogacar defendeu que a Volta a França ainda não acabou, apesar da boa vantagem que tem sobre o homem que o derrotou nas últimas duas edições da prova.
“Numa corrida assim, nunca se sabe o que pode acontecer. O Tour é muito longo e podem acontecer muitas coisas. Se tiver as mesmas sensações de hoje, e a equipa continuar assim forte, acredito que podemos vencer” a ‘Grande Boucle’, em 21 de julho, em Nice, afirmou.
O camisola amarela reiterou ainda que improvisou para vencer a etapa: “Sentia-me muito bem, por isso alterámos o plano da equipa. O [João] Almeida não podia puxar muito mais, pelo que falei com o Adam [Yates], que me perguntou se podia atacar para lutar pela vitória e dei-lhe autorização”.
O vencedor das edições de 2023 e 2023 da prova francesa explicou que a UAE Emirates está agora forçada a correr de forma diferente depois do abandono de Juan Ayuso, infetado com covid-19.
"Queria oferecer a etapa ao Adam, mas o instinto disse-me que podia conseguir uma vantagem [para os perseguidores na geral]. Isso deu-me uma grande motivação. Quando estava com o Adam, vi que podíamos fazer diferenças. É uma vitória da equipa e, sobretudo, do Adam”, destacou, referindo-se ao companheiro de equipa que é sétimo na geral.
Chamado ao trabalho a oito quilómetros do alto, João Almeida ainda conseguiu salvar o seu quarto lugar na geral, depois de “uma etapa dura”.
“Impusemos um ritmo duro para ganhar tempo ao Vingegaard. Foi uma boa estratégia, trabalhámos bem como equipa e conseguimos o objetivo”, disse o português, que está a 06.01 minutos do seu companheiro esloveno.
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