Vingegaard recuperou a & coroa& entre a chuva e o frio n& O Gran Camiño - Ciclismo
Jonas Vingegaard continua a reinar n’O Gran Camiño, após ter conquistado hoje a segunda etapa da terceira edição, num dia penoso para os ciclistas pelas condições adversas, mas feliz para Egan Bernal.
Numa jornada terrível, com temperaturas raramente superiores a cinco graus e chuva diluviana, o campeão em título demonstrou ser novamente o grande favorito ao triunfo final, cortando a meta isolado, com o tempo de 03:50.03 horas, depois de ter distanciado a concorrência, nomeadamente o colombiano da INEOS, ao atacar na segunda subida ao Alto de San Pedro de Líncora.
“Foi um dia muito frio, com muita chuva, mas conseguimos sair-nos muito bem enquanto equipa e os rapazes estiveram muito bem hoje. Por isso, estou feliz por poder retribuir-lhes com uma vitória”, resumiu o dinamarquês da Visma-Lease a Bike, tiritando de frio.
Vingegaard retomou assim o hábito de vencer n’O Gran Camiño, de onde saiu no ano passado com três triunfos em três etapas, além da amarela final; depois do contrarrelógio neutralizado da véspera, em que os tempos não contaram, festejou a primeira vitória da temporada, com uma vantagem de 24 segundos sobre Egan Bernal e Jefferson Cepeda (Caja Rural), respetivamente segundo e terceiro.
“Estou muito contente, estou no estado de forma que queria estar”, salientou o bicampeão do Tour, que lidera a geral da prova galega com 28 segundos sobre o colombiano da INEOS e 30 sobre o equatoriano.
O pelotão partiu para a primeira etapa a ‘contar’ d’O Gran Camiño debaixo de um dilúvio, mas nem as condições adversas que marcaram os 151,1 quilómetros entre Taboada e Chantada ‘assustaram’ Frederico Figueiredo (Sabgal-Anicolor) e Tiago Antunes (Efapel), que se aventuram em fuga.
Ao quilómetro 35, já depois de Ruben Guerreiro (Movistar) ser o primeiro na meta volante de Palas de Rei e ganhar três segundos de bonificação, ‘Fred’ e Antunes juntaram-se a outros nove ciclistas, entre os quais se destacavam Jorge Arcas (Movistar), Xabier Azparren (Q36.5 Pro Cycling) ou Alex Molenaar (Illes Balears Arabay), para construir uma vantagem fixada nos dois minutos.
Figueiredo, melhor trepador nacional e ‘vice’ da Volta2022, foi segundo nas primeiras contagens de montanha do dia, as terceiras categorias do Alto de Paradela e de Alto de Sonán – é quarto nessa classificação.
Mas a corrida mudou radicalmente na primeira subida ao Alto de San Pedro de Líncora: Xabier Azparren atacou, isolou-se – haveria, depois, de ser alcançado por Molenaar - e a fuga ficou irremediavelmente condenada, com Antunes a ‘desaparecer’ na dura e bela contagem de segunda categoria, enquanto o ciclista da Sabgal-Anicolor ainda estava integrado no diminuto pelotão na primeira passagem pela meta.
Nessa altura, a Visma-Lease a Bike, que assumiu as despesas da perseguição durante toda a jornada, já tinha os fugitivos na mira, com o neerlandês da Illes Balears Arabay a ser o último a ser alcançado, precisamente quando Vingegaard atacou.
A sete quilómetros da meta, em plena subida a San Pedro de Líncora, uma montanha escondida entre vinhedos com cinco quilómetros de extensão e uma pendente média de inclinação de 6,3%, o campeão em título agitou a corrida e levou na roda apenas Bernal, Cepeda e Molenaar, que descolou numa segunda aceleração.
O dinamarquês demorou a conseguir desfazer-se da concorrência, levando na roda o campeão da Volta a França de 2023, que finalmente cedeu a quatro quilómetros do final – no final, o colombiano haveria de confessar estar feliz, enquanto pedalava rapidamente para escapar do frio.
“Ele pareceu muito forte na subida. É bom vê-lo de volta a um nível tão elevado, mas também estou satisfeito por ter podido distanciá-lo no final”, disse Vingegaard, numa alusão à longa ‘travessia do deserto’ de Bernal desde que sofreu um grave acidente no início de 2022.
Entre os outros candidatos, Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) foi o melhor, na 10.ª posição, um lugar à frente de Ruben Guerreiro, com ambos a cederem 46 segundos. Graças às bonificações somadas na meta volante, o português da Movistar, terceiro classificado no ano passado, é sexto da geral, a 53 segundos de Vingegaard.
No sábado, a terceira etapa d’O Gran Camiño será uma nova jornada montanhosa, com 2.340 metros de desnível acumulado nos 173,1 quilómetros entre Xinzo de Limia e Castelo de Ribadavia.
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