CAN2023: Pedro Gonçalves quer chegar à final começando por vencer a Nigéria nos
“Quem chega aos quartos de final, tem que almejar chegar o mais longe possível e este mais longe possível é chegar à final e, obviamente, propor-se como um candidato à vitória. Só restam oito seleções. Há algum tempo eu disse que o objetivo era colocar Angola no ‘top 10’ de África, estamos neste momento nos quartos de final, dentro das oito melhores seleções”, notou.
O treinador luso, que pode escrever para sempre o seu nome na história do futebol angolano, caso apure Angola para umas inéditas meias-finais, sabe que esse objetivo e o desejado de alcançar e vencer na final só é possível se a sua seleção começar por vencer a Nigéria.
“A Nigéria é um colosso do futebol africano, embora tenha apresentado algumas dificuldades antes do campeonato africano. Mas, o que é certo, é que a Nigéria é um colosso africano cheio de jogadores talentosos, muitos deles a atuar na Premier League ou ligas de referência na Europa, como é caso da Liga Italiana e Liga Portuguesa, inclusive”, disse.
Segundo Gonçalves, neste momento a seleção nigeriana tem um dos melhores jogadores do mundo, Victor Osimhen.
“Eu próprio, nas votações da FIFA, também votei nele como um dos melhores jogadores do mundo, de maneira que vamos jogar contra uma seleção dotada de jogadores com muito talento, que imprime uma capacidade de jogo tremenda, alucinante, muita velocidade, especialmente derivado dos dois avançados, o Osimhen e o Lookman, que, de facto, dão uma grande vertigem ao jogo. Por outro lado, tem jogado com três centrais muito robustos extremamente adaptados”, admitiu.
Quanto ao apuramento de Angola para os 'quartos', após vitória por 3-0 sobre a Namíbia, o treinador português disse que a sua equipa tem sabido superar os obstáculos, e citou a expulsão do guarda-redes angolano Neblú, aos 16 minutos, como exemplo.
“O jogo de ontem [sábado] não fugiu à regra daquilo que tem sido a nossa prestação. Conseguimos, num jogo que acabou por ter episódios críticos, aos quais conseguimos dar boa resposta, nomeadamente o facto de ficarmos com menos um elemento ainda numa fase inicial da partida, […] uma adaptação muito bem conseguida. As ideias foram bem interpretadas a partir daquele momento e, de facto, conseguimos ser superiores a uma seleção da Namíbia com estilo diferente do nosso, mas saímos por cima e como uma exibição muito positiva”, destacou
Pedro Gonçalves lembrou que os angolanos não acreditavam que o grupo de trabalho às suas ordens fosse alcançar os 'quartos'.
“Ninguém diria que estaríamos aqui neste momento, contudo, nós dentro da equipa, sentíamos o nosso potencial, sabíamos do nosso crescimento e da nossa consistência. Eventualmente, para o exterior tenha sido surpresa as nossa prestações, mas, para nós, seguramente, não foi”, garantiu.
O treinador luso lamentou, por outro lado, o pouco e tardio apoio financeiro disponibilizado pelo Estado angolano e que, de certo modo, teve alguma influência negativa, antes e durante a CAN2023.
“Ultrapassámos uma série de contrariedades que são concorrentes com alto rendimento desportivo, pois não é normal uma equipa de alto rendimento desportivo passar um conjunto de situações que vivemos e que afetam muito a prestação desportiva. As pessoas quando nos veem dentro do campo não imaginam tudo aquilo pelo que passámos, porque têm visto uma seleção competitiva e que procura a vitória. Apesar de tudo, temos feito um trajeto muito honesto, muito transparente e estamos sempre muito determinados, mesmo quando as contrariedades nos têm aparecido”, concluiu.
Angola e Nigéria defrontam-se na sexta-feira, em Abidjan.
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