"No tiro com arco português não existem estágios, selecionador nacional, apoio monet&am
Os internacionais portugueses de tiro com arco lamentam o amadorismo e falta de apoios da modalidade, assumindo, a caminho dos mundiais de Berlim, que a presença em Paris2024 só faz parte dos sonhos.
“No tiro com arco português não existem estágios, selecionador nacional, apoio monetário da federação, dos clubes… nada. Cabe a cada um. Somos amadores e assim sendo os resultados que temos já são bastante bons”, disse Nuno Carneiro à agência Lusa.
O atleta de 22 anos, que ainda assim tem sido o único a contar com a ajuda do Comité Olímpico de Portugal, assume que alimenta o sonho olímpico, contudo dificilmente será para Paris2024: quanto ao futuro, acredita que só será mais risonho se terminarem as “politiquices na modalidade”, escusando-se a especificar.
“O meu objetivo para os mundiais de Berlim é ficar em 33.º, seria um bom resultado. Qualquer resultado, aceito. Vão estar as melhores equipas do mundo – cada uma com três atletas – pelo que esse seria um bom desempenho. Mas se for melhor também não me queixo...”, gracejou, sobre o evento que principia na segunda-feira.
Para tal, o estudante do primeiro ano de um mestrado na área da saúde e educação física tem de atingir a fase das eliminatórias – “já era uma vitória” – e aí afastar um ou dois adversários.
“Não tenho expectativa muito grande de medalhas, pois estamos a um ano dos Jogos Olímpicos. Estou em fase de preparação para o próximo ano, pois tive de mudar algumas técnicas e não é num ano que me vou conseguir adaptar. É continuar a treinar mais…”, admitiu.
Milana Tkachenko também vai competir no olímpico recurvo, sendo que a sua única meta é “fazer o melhor” que puder, já que, recorda, em Portugal os arqueiros não têm condições para acompanhar o nível competitivo dos profissionais de muitas outras nações.
“Em Portugal o tiro com arco parece uma atividade amadora, para os tempos livres. Ninguém tem os objetivos dos profissionais. É também um problema de mentalidade, que tem de mudar. E, claro, de apoios. Como no futebol, que no país parece o único desporto que funciona muito bem”, lamentou.
A atleta nascida há 36 anos na Ucrânia esteve muitos anos sem se dedicar à modalidade, à qual regressou após receber a nacionalidade portuguesa, quase uma década após se estabelecer no país, como fotógrafa e modelo.
Nuno Carneiro, Luís Gonçalves e Milana Tkachenko vão competir em recurvo, o arco olímpico, enquanto no arco composto Portugal vai estar representado por Rui Baptista, Nuno Simões e Gisele Sousa.
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