Ruud destaca qualidades de João Sousa: "Ainda tem potencial para jogar como um jogador do top 30" -
Casper Ruud enalteceu hoje a influência de João Sousa no “ambiente tenístico em Portugal”, enumerando as qualidades do adversário que derrotou na segunda ronda do Estoril Open e defendendo que o luso tem potencial de top 30.
“A atmosfera aqui no court central é muito boa para um [ATP] 250. Hoje, estava cheio, porque eu estava a jogar com o João e podemos ver a influência que ele teve neste ambiente tenístico aqui em Portugal. Foi espetacular. São sempre desafios difíceis contra ele, ele traz muita intensidade e ‘fogo’ para o court. Tinha de estar preparado para isso e estou orgulhoso por ter conseguido uma reviravolta frente a ele”, destacou o quinto jogador mundial.
No encontro da segunda ronda, o primeiro cabeça de série do único torneio ATP português impôs-se ao número dois nacional e 147.º jogador mundial por 4-6, 6-2 e 6-2, em duas horas e 16 minutos.
“Ele é um jogador que esteve no top 100 durante anos e anos. Mesmo que o ranking dele não diga que ele é top 100, ele ainda tem potencial para jogar como um jogador do top 50, do top 30. Em algumas semanas no ano passado, ele saiu-se mesmo bem. Ganhou um torneio em Pune, e esteve na final em Genebra. Honestamente, ele devia ter ganho esse encontro, serviu para fechar, esteve tão perto de mim. Eu tive muita sorte em Genebra”, assumiu, referindo-se à final em que derrotou o português por 7-6 (7-3), 4-6 e 7-6 (7-1), em três horas e um minuto.
Depois de quatro duelos com o vimaranense de 34, o vice-campeão em título de Roland Garros, Open dos Estados Unidos e ATP Finals define Sousa como sendo “sempre um adversário duro” e assumindo que, com o passar dos anos, tornou-se mais “desafiante defrontá-lo”, até porque “joga um pouco mais rápido e tenta bater na bola mais cedo”.
“Não interessa se é 150.º ou 30.º do mundo, é sempre duro. Espero que fique [no circuito] por muitos anos, é muito bom tipo. Foi muito acolhedor comigo aqui no Estoril, disse-me para se precisasse de algo, para falar com ele. É muito agradável um adversário fazer isso”, revelou.
Ruud admitiu ainda que teve dificuldades em adaptar-se às condições do court no primeiro set, ‘responsabilizando’ a ‘viagem’ do sol por alguns dos erros que cometeu.
“Não comecei bem de todo. Foi bastante desafiante com o sol e a sombra parcialmente no court e eu não consegui encontrar a minha coordenação ou uma boa profundidade do meu lado. Foi difícil ver bem a bola, foi por isso que provavelmente estava a dar madeiradas atrás de madeiradas no primeiro set. Depois de o sol ‘estabilizar’, as condições tornaram-se mais fáceis. Consegui encontrar o meu ritmo e fui jogando melhor e melhor ao longo do encontro”, avaliou.
Depois de perder o primeiro set, conseguiu ganhar “11 dos 13 jogos seguintes”, o que encarou como “um bom sinal”.
“Honestamente, vou tentar esquecer o primeiro set de hoje e pensar que joguei dois excelentes parciais. No final, tive dificuldades, fui quebrado, mas devolvi o break para fechar o encontro. Senti-me bem em court. Obviamente, é bom estar de regresso à terra batida”, acrescentou.
Sobre o argentino Sebástian Báez, campeão em título e seu adversário nos quartos de final no Clube de Ténis do Estoril, descreveu-o como “um especialista em terra batida”.
“Vemos que grande parte dos seus resultados no circuito foram em terra, se não estou enganado. Ele consegue jogar muito bem [em terra] e já disputou finais, e obviamente ganhou aqui no Estoril no ano passado. Eu lembro-me de ver esse encontro, foi divertido vê-lo ganhar o primeiro título. Depois também me lembro de o ver a jogar contra o [Alexander] Zverev em Roland Garros no ano passado e a ter ‘match points’. Esteve muito próximo de bater um jogador muito, muito bom em terra batida”, recordou.
Assim, o quinto tenista mundial considera que terá de apresentar o seu melhor jogo para sair vencedor do embate dos ‘quartos’.
“O nível de jogo dele no encontro com o [Pedro] Cachín foi muito bom – estava a ver desde dentro [do balneário]. Anseio o desafio. É isso que preciso: encontros duros em terra. Prefiro jogar encontros bastante difíceis do que ganhar ou perder rapidamente”, concluiu.
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