Comissão de Atletas cumpre 21 anos com a ambição de ter mais atletas no dirigismo - Geral
A valorização dos atletas, incluindo o reforço da sua presença ativa no dirigismo desportivo, são as prioridades da Comissão de Atletas Olímpicos (CAO), que, este domingo, celebra o seu 21.º aniversário.
“É nosso objetivo desenvolver um programa de formação diretamente para o dirigismo desportivo. Queremos de facto preparar os atletas para que possam desempenhar um papel muito mais ativo neste âmbito”, vincou a presidente da CAO, Diana Gomes.
Em declarações à Lusa, a responsável garante que a CAO está “objetivamente focada em trabalhar para que a voz dos desportistas olímpicos seja de facto ouvida”, uma das missões da comissão.
“Temos a ambição, de há muito tempo, de que os atletas possam estar representados nas direções das federações desportivas nacionais. É um longo trajeto, mas não podemos desistir. Devemos insistir para que isso aconteça. Serem ouvidos, estarem presentes. Faz sentido estarem no processo de decisão”, reforçou.
Diana Gomes, que lidera o organismo apenas há 11 meses, assegura que a CAO tem trabalhado “de forma ativa, presente e responsável” com as diversas entidades oficiais, sempre em prol de ajudar os que representa, durante ou após a carreira.
“Defendemos a criação de melhores condições para os nossos atletas, seja na preparação desportiva, no desenvolvimento das suas carreiras duais ou na preparação da carreira pós-desportiva”, sintetizou.
A dirigente diz sentir “reconhecimento” em relação ao que tem sido feito em todos estes anos, dando como exemplos recentes do labor da CAO o seu contributo para o decreto-lei do pós-carreira, bem como para o grupo de trabalho da igualdade de género, em que todas as propostas apresentadas integraram o documento final.
Assume que “o mais difícil” enquanto líder da CAO é “ver um atleta passar por dificuldades”, seja em termos pessoais, na sua relação com o clube ou federação, na forma de lidar com a qualificação olímpica ou com assuntos antidopagem, por exemplo, e não ter a capacidade de poder auxiliar em todas as situações.
“É fazermos o nosso melhor, mas não conseguimos chegar a tudo. É um momento de grande ansiedade”, admite.
A dirigente entende ainda que deve haver uma “visão holística sobre os atletas olímpicos”, num processo que implica cuidar das suas especificidades.
“Cada atleta é uma pessoa e não máquinas de produzir resultados. E são pessoas completas, com várias facetas. Vamos trabalhar sobre elas todas. É esse o nosso objetivo”, sintetizou.
Entre os vários programas em curso, destacou o de mentoria de um elemento olímpico em relação a um desportista jovem com ambição de o ser, um outro projeto para dotar os atletas de capacidades de comunicação, além de um curso sobre literacia financeira.
A preparação da transição para o pós-carreira merece igualmente muita atenção, em que a ideia é ajudar a “transferir as qualidades enquanto desportistas para o mercado de trabalho”.
A esse propósito, está a ser realizado um estudo sobre o tema, para que haja um “retrato real nacional”, que permita à CAO e demais entidades oficiais atuar de forma a dar maior confiança e tranquilidade aos desportistas.
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