Mercedes em crise: após o Bahrein, equipe liga luz de alerta com o W14

É como diz aquela frase que já virou meme na internet: o torcedor da Mercedes não tem um dia de paz. Após oito anos de domínio quase absoluto na Fórmula 1, com sete títulos de pilotos - seis de Lewis Hamilton e um de Nico Rosberg - e oito do Mundial de Construtores, a equipe alemã se viu em uma posição extremamente incômoda em 2022. A mudança radical do regulamento técnico da maior categoria do automobilismo causou muitos problemas no W13 e encerrou os anos de dominação do time. Pior: relegou o time apenas à posição de terceira força na F1. Com a limitação do teto orçamentário, as correções de rumo não puderam ser feitas na temporada passada. As esperanças de reação, então, ficaram depositadas na confecção do projeto do W14, modelo para a temporada 2023.

Logo no do W14, que não abandonou o 💥️conceito do 💥, realizado no dia 16 de fevereiro em Silverstone, na Inglaterra, um pequeno problema no sistema de partida atrapalhou a programação da Mercedes. No dia seguinte, entretanto, a atividade pode ser realizada sem grandes problemas. Na pré-temporada, no Bahrein, uma semana antes da primeira corrida do ano, os sinais do carro foram positivos. Os quiques causados pelo - 💥️ou Efeito Golfinho - e pelo foram eliminados. Melhor ainda: tudo o que foi levado apresentou os resultados esperados pelas simulações no túnel de vento - a chamada correlação ideal. É claro que a direção da equipe alemã não esperava lutar de igual para igual com a favorita RBR, mas pelo menos estar próxima dos carros de Max Verstappen e de Sergio Pérez. Contudo não foi o que vimos nos treinos livres, na classificação e na corrida em Sakhir. A desvantagem parece ter crescido em vez de diminuir. E pior: a Aston Martin chegou forte nesta briga e, ao menos neste momento, está à frente da Mercedes.

Toto Wolff, chefe da Mercedes, caminha com cara de poucos amigos após a abertura do campeonato — Foto: Bryn Lennon/F1 via Getty Images 2 de 6 Toto Wolff, chefe da Mercedes, caminha com cara de poucos amigos após a abertura do campeonato — Foto: Bryn Lennon/F1 via Getty Images

Toto Wolff, chefe da Mercedes, caminha com cara de poucos amigos após a abertura do campeonato — Foto: Bryn Lennon/F1 via Getty Images

Tudo isso causou uma enorme crise na Mercedes. Durante todo o fim de semana passado, vimos seus pilotos e o chefe Toto Wolff batendo forte no mau desempenho do W14 no Bahrein. Eram recados: a ideia era que a insatisfação com o carro deste ano chegasse forte aos ouvidos dos engenheiros que estão trabalhando na fábrica em Brackley, na Inglaterra. Toto foi enfático em sua declaração. E sacramentou o que precisará ser feito para tentar corrigir o rumo da temporada 2023 da Mercedes.

- Não acho que este pacote será competitivo. Demos nosso melhor durante o inverno. Agora precisamos nos juntar, sentar com os engenheiros, e perguntar qual é a direção de desenvolvimento que queremos seguir para podermos vencer corridas. Demos o nosso melhor, mas chega o momento em que o cronômetro aparece e mostra que não somos bons o suficiente. Nesta equipe culpamos o problema, não a pessoa. Erramos em 2022. Achamos que poderíamos acertar o rumo mantendo o conceito do carro, mas não funcionou. Precisamos mudar nosso foco para a direção certa - disse Toto Wolff.

Lewis Hamilton está longe de estar satisfeito com o desempenho do W14 da Mercedes em 2023 — Foto: David Davies/PA Images via Getty Images 3 de 6 Lewis Hamilton está longe de estar satisfeito com o desempenho do W14 da Mercedes em 2023 — Foto: David Davies/PA Images via Getty Images

Lewis Hamilton está longe de estar satisfeito com o desempenho do W14 da Mercedes em 2023 — Foto: David Davies/PA Images via Getty Images

Já Lewis Hamilton, heptacampeão da Fórmula 1, reclamou bastante do projeto do W14. Segundo ele, suas informações dadas após o todo calvário passado com o W13 em 2022 não foram ouvidos pelos engenheiros da Mercedes na confecção do projeto do novo carro.

- Falei com a equipe sobre os problemas do carro no ano passado. Já pilotei muitos carros na minha vida e sei o que um carro precisa e o que não precisa. Acho que se trata de prestar contas, de assumir algo e dizer "sim, quer saber, nós não te ouvimos, aqui não é onde precisamos estar e temos que trabalhar" - disse Lewis Hamilton.

Fernando Alonso à frente de Lewis Hamilton: a Aston Martin apareceu na frente da Mercedes no Bahrein — Foto: Joe Portlock/F1 via Getty Images 4 de 6 Fernando Alonso à frente de Lewis Hamilton: a Aston Martin apareceu na frente da Mercedes no Bahrein — Foto: Joe Portlock/F1 via Getty Images

Fernando Alonso à frente de Lewis Hamilton: a Aston Martin apareceu na frente da Mercedes no Bahrein — Foto: Joe Portlock/F1 via Getty Images

Muita gente ligou a frase de Hamilton a problemas na renovação com o inglês, que terá o fim de seu contrato no fim desta temporada. Na realidade, tem toda a cara de uma ação orquestrada por Wolff para tentar acelerar a confecção das novas peças em Brackley para o novo carro. A Mercedes avaliou dois caminhos para as laterais - os - que aposentariam de vez o conceito do . Um deles, inclusive, similar ao que a Red Bull adotou desde 2022. A previsão é que o pacote completo chegue no GP da Emilia-Romagna, em Imola, sexta corrida do ano. Muito tarde para tentar uma reação e, ao menos, ser competitivo em 2023. Por isso é compreensível a pressão de Wolff e Hamilton. O dirigente, inclusive, disse que a correção de rumo não afetaria os gastos da Mercedes - se bem que, depois de a RBR ter gastado mais do que deveria em 2023 e ter escapado quase ilesa, o medo de punições severas por estourar o teto diminuiu muito. É aquele recado: "estamos fazendo nossa parte na pista, e vocês precisam também fazer a de vocês aí na fábrica".

Mesmo que a correção de rumo do W14 coloque a Mercedes na disputa por vitórias, parece quase impossível acreditar que a equipe alemã possa lutar por algo a mais do que isso na temporada 2023. Ainda mais se as novidades chegarem na data prevista, apenas na sexta corrida do ano. O problema é que faz muito mal à imagem - do time e dos pilotos - ser sistematicamente superado por seus rivais. No caso deste ano, uma verdadeira lavada. O carro deste ano pode até, do jeito que está hoje, ser melhor em alguns tipos de pista, principalmente nas de baixa pressão aerodinâmica. Mas é muito pouco para um time que experimentou o mais longo período de dominância da história da Fórmula 1.

Lewis Hamilton ao lado de Toto Wolff: cobrança por melhorias no carro da Mercedes veio de ambos após o GP do Bahrein — Foto: Dan Istitene/F1 via Getty Images 5 de 6 Lewis Hamilton ao lado de Toto Wolff: cobrança por melhorias no carro da Mercedes veio de ambos após o GP do Bahrein — Foto: Dan Istitene/F1 via Getty Images

Lewis Hamilton ao lado de Toto Wolff: cobrança por melhorias no carro da Mercedes veio de ambos após o GP do Bahrein — Foto: Dan Istitene/F1 via Getty Images

Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com 6 de 6 Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com

Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com

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