Análise: Flamengo de Vítor Pereira só terá paz quando a bola entrar
O resultado foi o mesmo e, mais uma vez, frustrou a torcida, mas o Flamengo derrotado pelo Fluminense na última quarta-feira não é o mesmo desde que perdeu Supercopa do Brasil, Mundial e Recopa. O time de Vítor Pereira foi derrotado por 1 a 0 pelos rivais por conta dos próprios erros, mas ensaia um caminho que só vai se consolidar sob vitórias.
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De um clássico a outro, o português tirou seis titulares que tinham condição de jogo. A justificativa oficial foi técnica e estratégica, mas o principal fator é o físico. VP deixou claro com a última escalação que quer um time com mais capacidade de competição. O que coloca em xeque alguns medalhões, mesmo que seja natural o desnível com três jogos no intervalo de oito dias.
O trabalho ainda embrionário pode ter avançado uns passos, mas não o suficiente para satisfazer uma torcida acostumada com títulos e exigente por vitórias. É nelas, ainda dentro dessa reta final de Carioca, que o trabalho do treinador poderá se escorar para não sucumbir à pressão de torcedores, redes sociais e outros personagens que influem nos bastidores.
1 de 2 Vítor Pereira em Flamengo x Fluminense — Foto: André DurãoVítor Pereira em Flamengo x Fluminense — Foto: André Durão
Enquanto a bola não entra, rubro-negros perdem a paciência. Campanhas pela demissão do treinador acontecem há algum tempo. Nessa semana, integrantes de torcida prometem protestar no Ninho do Urubu. A bronca é com a falta de resultados, cenário para o qual o clube tem pouca explicação.
O discurso já saiu da boca de Vítor Pereira algumas vezes e é repetido nos bastidores. Há garantias de compromisso entre elenco e comissão técnica. Os problemas de relacionamento que ficaram famosos no Corinthians, até agora, não apareceram no Ninho do Urubu. O treinador confia no tempo para fazer o trabalho virar resultado.
- Estamos trabalhando com entrega total dos jogadores, e hoje isso ficou provado. Muita gente ficou fora e vimos o mesmo compromisso. Todos estão alinhados no mesmo sentido. Falta dar alegria à torcida para alinhar toda a gente nessa confiança. Isso só acontece com trabalho - disse.
Vítor Pereira colocou em campo mais uma vez o esquema que parece ser o preferido nesse início de trabalho, o 3-4-3. Cebolinha foi deslocado para a ala esquerda, e Matheus França formou o trio de frente ao lado de Arrascaeta e Gabigol. O desenho foi o mesmo do clássico passado, mas a estratégia pareceu diferente.
2 de 2 Jogadores de Flamengo e Fluminense discutem no campo — Foto: André DurãoJogadores de Flamengo e Fluminense discutem no campo — Foto: André Durão
O time se mostrou mais enérgico em campo. Contra um adversário conhecido pela posse de bola, optou pela disputa e a marcação pressão. A estratégia foi acertada, e resultou em um primeiro tempo em que as três chances claras do primeiro tempo foram todas rubro-negras. O gol, o gol anulado e a chute de cobertura de Gabigol que foi para fora.
A disposição para brigar pela bola deu frutos em muitos lances, mas também passou do ponto em outros. Principalmente no início do jogo, quando Gabigol levou cartão amarelo por chutar a bola no adversário. Houve outros lances duros em que a vontade se confundiu com afobação.
Com a derrota, o Flamengo cairá para a terceira colocação do Carioca caso o Vasco vença o Bangu nesta quinta-feira. Se isso acontecer, os rubro-negros perdem a vantagem do empate nas semifinais, que ainda terão datas definidas pela Ferj.
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