Retrospectiva: Santa Cruz fecha 2022 turbulento e recomeça calvário para deixar a Série D
O Santa Cruz fechou 2022 com mais baixos do que altos. Teve saídas e chegadas de jogadores, técnicos - com direito a desabafos públicos - e dirigentes, mas o que marcou mesmo a temporada foram as campanhas frustradas no Estadual e, principalmente, na Série D, com eliminação precoce diante do Tocantinópolis.
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Fora de campo, o clube também viveu ebulição. A possibilidade da constituição da SAF foi colocada em pauta, investidores se aproximaram, mas, até o momento, o assunto segue sem atualizações concretas. Com a exceção, entretanto, de um novo elemento: o pedido de recuperação judicial.
O que esperar de 2023, portanto? Começar do zero, agora com a gestão de Antônio Luiz Neto capitaneando 100% a administração coral. De novo, os olhos se voltam para o futebol, na esperança de se ter sucesso dessa vez. O futuro está em aberto.
1 de 5 Sede do Arruda, estádio do Santa Cruz — Foto: Camila Sousa/geSede do Arruda, estádio do Santa Cruz — Foto: Camila Sousa/ge
Com calendário enxuto, sem Copa do Brasil e Copa do Nordeste, o Santa Cruz começou 2022 tendo apenas o Pernambucano como alternativa. E começou bem: aplicando três vitórias consecutivas e embalado com o atacante Walter, tido como principal contratação do clube no início do semestre - ele iria embora do Arruda três meses depois.
Mas, o clube coral parou no rival Náutico, caindo nos pênaltis na semifinal do Campeonato Pernambucano. O Timbu se sagraria bicampeão do torneio. Mesmo assim, pela campanha no campeonato local, o Santa Cruz garantiu participação na Série D do próximo ano e também uma vaga na Copa do Brasil.
Nem tudo, entretanto, foram "flores". Longe disso. A começar pela relação da torcida com o clube, estremecida pelo rebaixamento à Quarta Divisão, e que se somou ao veto do Corpo de Bombeiros ao Arruda, fechado para receber público em função de problemas com laudos de engenharia. Meses se passaram até a liberação quase completa do estádio para os tricolores.
2 de 5 Presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto — Foto: Emerson Paixão
Presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto — Foto: Emerson Paixão
Mais do que o futebol, o Santa Cruz ganhou uma preocupação extra - e que dominou, diga-se, o noticiário do clube ao longo de 2022: o caos político. Ainda na campanha do Pernambucano, após a vitória sobre o Vera Cruz, no início de março, Joaquim Bezerra, presidente do clube, renunciou ao cargo.
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Novas eleições foram convocadas e quem reassumiu o posto de forma interina foi Antônio Luiz Neto - que havia sido presidente do clube entre 2011 e 2014. Até ser aclamado, contudo, muitas águas rolaram durante a disputa do pleito, que parou na Justiça.
Eis que chega o principal objetivo do Santa Cruz no ano: a Série D. À época comandado por Leston Júnior, o time começou mal das pernas - perdeu para o ASA em casa, com direito a invasão de torcedor ensinando o goleiro a agarrar - e só venceu a primeira na quarta rodada, contra o Atlético de Alagoinhas, por 3 a 2. Só que o clima de aparente tranquilidade deu lugar à confusão.
Junto ao elenco, comissão e executivo de futebol, Marcelo Segurado, Leston deu forte desabafo à imprensa após o jogo, alegando falta de estrutura do clube. O Santa Cruz estava "largado", na visão do comandante. Ele e Segurado, na mesma noite, acabaram demitidos, mas a decisão da diretoria não desceu bem em alguns atletas.
3 de 5 Marcelo Martelotte, técnico do Santa Cruz — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Marcelo Martelotte, técnico do Santa Cruz — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Menos de 24 horas depois do desligamento de Leston e Segurado, o Santa Cruz já anunciava os substitutos - bem conhecidos da torcida, por sinal. Marcelo Martelotte voltava a dirigir a equipe e Zé Teodoro assumiu como coordenador técnico. Deu certo no começo: o time deu uma guinada na fase final da Série D. O meia Chiquinho, destaque em 2023, inclusive, foi repatriado.
No mata-mata, o clube tricolor despachou o Retrô, até então melhor equipe de toda a primeira fase do Brasileiro, no polêmico duelo dos ingressos. Mas o Santa Cruz não foi páreo para o Tocantinópolis, nas oitavas de final, e, após empatar sem gols no Arruda, perdeu por 1 a 0 para o adversário.
4 de 5 Edson Ratinho em Santa Cruz x Lagarto — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Edson Ratinho em Santa Cruz x Lagarto — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Edson Ratinho deu mais um demonstrativo do extracampo efervescente tricolor. O lateral-direito, ainda dentro de campo após o empate com o Lagarto, que deu ao Tricolor a classificação para a fase eliminatória do Brasileiro, disparou contra a gestão de Antônio Luiz Neto, ao afirmar que a diretoria tinha "rabo preso" com os jogadores porque devia salários. Acabou, assim como Leston e Segurado, demitido.
5 de 5 Presidente Antônio Luiz Neto ao lado de representantes do Azuriz, o CEO PEdro Weber e o diretor de futebol Martin Carvalho — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Presidente Antônio Luiz Neto ao lado de representantes do Azuriz, o CEO PEdro Weber e o diretor de futebol Martin Carvalho — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
A constituição da SAF também ganhou centralidade no Arruda em 2022. O Azuriz Jay, fundo de investimento do qual Marcelo, ex-lateral da Seleção e do Real Madrid, demonstrou interesse no Santa Cruz. Investidores vieram para o Recife conhecer as estruturas do clube pernambucano, inclusive. De lá para cá, as conversas, contudo, esfriaram.
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Uma Assembleia Geral de Sócios foi feita para aprovar a constituição do modelo de clube-empresa, mas subordinado à decisão do presidente. Além disso, uma outra notícia impactou o clube, já no fim deste ano: o pedido de recuperação judicial. O Tricolor está em fase final do processo de reestruturação de dívidas e deve apresentar em janeiro o plano de pagamento aos seus credores.
Entenda o modelo de SAF que pode ser adotado pelo Santa Cruz
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