"Foi para o Majestoso não ser vendido", diz Carnielli sobre penhora do estádio da Ponte
Sérgio Carnielli, ex-presidente e presidente de honra da Ponte Preta, entrou em contato com a 💥️reportagem do ge neste sábado para se pronunciar sobre a 💥️penhora do Estádio Moisés Lucarelli.
A decisão faz parte de uma das duas ações movidas Carnielli, que, ao todo, cobra aproximadamente R$ 85 milhões (sem contar correções) por empréstimos realizados ao clube entre 2012 e o fim de 2023 por meio de contratos de mútuo.
- Eu entrei na Justiça para proteger o meu patrimônio. Em relação ao estádio, foi pedido a penhora para o Majestoso não ser vendido, para a atual diretoria não fazer nenhuma loucura. Não quero nada da Ponte, quero que ela se organize. Hoje está desorganizada. Eu poderia pedir o bloqueio de cotas, verbas e receitas, mas isso atrapalharia o dia a dia da Ponte. Então a penhora do Majestoso foi uma segurança para que a diretoria não faça uma loucura de vender o estádio - disse Carnielli.
1 de 2 Sérgio Carnielli, presidente de honra da Ponte Preta — Foto: Carlos Velardi/ EPTVSérgio Carnielli, presidente de honra da Ponte Preta — Foto: Carlos Velardi/ EPTV
No passado, o próprio ex-presidente chegou a dizer que 💥️seria necessário utilizar o Majestoso para tirar do papel o plano da construção da arena, que seria uma maneira de reduzir as dívidas da Ponte com Carnielli.
O💥️ ge procurou a assessoria de imprensa da Ponte, mas a resposta foi que o assunto não seria comentado no momento pela diretoria executiva.
A penhora foi determinada em novembro de 2022, mas veio a público agora, a partir de um manifesto das torcidas uniformizadas da Ponte.
Trata-se de uma penhora de garantia de execução a partir de um pedido da defesa de Carnielli, sem impacto no dia a dia financeiro do clube. Na prática, significa que o Majestoso fica como garantia se a Ponte perder a disputa e não conseguir realizar o pagamento. O estádio também não pode ser envolvido em nenhuma transação enquanto valer a penhora.
O caso está em andamento na primeira instância, mas com recursos pendentes para que a ação seja julgada. A assessoria da Ponte disse que "a diretoria não vai falar sobre essa ação" no momento.
Segundo apurou a 💥️reportagem do ge, o departamento jurídico da Ponte contesta os valores cobrados e também a forma como foram feitos alguns empréstimos.
💥️O último balanço da Ponte (2020) que detalhou a dívida com Carnielli, entre pessoas física e jurídica, apontou o valor de R$ 111.189.212. O documento de 2023 não especificou o passivo com o ex-presidente - e o de 2022 ainda não foi divulgado (o prazo final é abril).
Direta ou indiretamente, Carnielli, empresário do ramo de fábrica de óculos, esteve à frente do grupo político que comandou a Ponte Preta de 1996 ao fim de 2023.
Ficou na presidência de 1996, quando assumiu o clube à beira da falência, até ser afastado, no fim de 2011, por uma decisão da Justiça, 💥️que entendeu que houve irregularidades nas auditorias dos balanços financeiros de 2007 e 2008.
Mesmo durante o período em que ficou com os direitos políticos cassados, Carnielli teve participação ativa nos bastidores da Macaca.
Além de ser nomeado presidente de honra, ele, como líder de chapa, indicou os nomes de Márcio Della Volpe, Vanderlei Pereira e José Armando Abdalla Júnior para o posto de mandatário do clube.
Della Volpe e Abdalla romperam com Carnielli no meio do caminho - Abdalla renunciou antes de concluir o mandato.
2 de 2 Estádio Moisés Lucarelli está penhorado pela Justiça — Foto: Gustavo BianoEstádio Moisés Lucarelli está penhorado pela Justiça — Foto: Gustavo Biano
A saída de Abdalla representou o retorno do grupo político de Carnielli ao poder na figura de Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, que, como vice, assumiu a presidência no início de novembro de 2023 e integrou Carnielli ao colegiado responsável pelas decisões no futebol profissional.
Os dois também se afastaram durante a gestão de Tiãozinho. 💥️Nas eleições do fim de 2023, a vitória da chapa "MRP - Movimento Renascer Pontepretano" interrompeu a era Sérgio Carnielli na política alvinegra depois de 25 anos.
Marco Antonio Eberlin, homem de confiança de Carnielli quando entrou na presidência, mas que depois virou oposição, ocupa atualmente o cargo de presidente da Ponte, com mandato até o fim de 2025.
A situação financeira é crítica. O clube convive com constantes bloqueios de receitas devido a ações por dívidas com ex-jogadores e funcionários desde gestões anteriores.
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Sem recursos, os salários também estão atrasados desde a reta final de 2022. O volante Wallisson, por exemplo, conseguiu na Justiça a rescisão de contrato por conta da falta de pagamentos e assinou de graça com o Cruzeiro.
A Macaca tinha comprado, em agosto, 50% dos direitos econômicos dele por R$ 1,2 milhão junto ao Athletic-MG, com vínculo até o fim de 2027 e multas rescisórias de R$ 30 milhões de euros (R$160 milhões) para o exterior e R$30 milhões para o mercado interno.
Em entrevista recente,💥️ Eberlin disse o rombo do clube é de aproximadamente R$ 250 milhões. Os problemas extracampo culminaram, entre outros prejuízos, no rebaixamento da Ponte para a Série A2 do Paulista depois de 23 participações consecutivas na elite estadual.
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