Ex-lateral do Vasco, Cássio relembra participação de Dinamite em sua carreira de técnico
Ex-jogador do Vasco, o técnico Cássio Barros lamentou a morte do maior ídolo do Cruz-Maltino, Roberto Dinamite. Eternamente grato ao artilheiro, o atual treinador do Nova Venécia, do Espírito Santo, foi auxiliado por Roberto Dinamite, como atleta, na transição para o time profissional do Vasco e, à beira do campo, ao reatar sua atuação no clube carioca.
Cássio Barros iniciou sua carreira como jogador no Vasco da Gama. O ex-lateral-esquerdo chegou ao Gigante da Colina com apenas 13 anos. Profissionalizado em 1989, Cássio atuou no clube carioca por quase uma década, sendo campeão do Campeonato Carioca 1992 ao lado de Roberto Dinamite.
Roberto Dinamite virou um amigo e voltou a ter participação profissionalmente anos depois, já como presidente do Vasco da Gama (2008-2014). No primeiro ano de mandato, o maior ídolo da história do Cruz-Maltino convidou Cássio Barros para comandar a categoria sub-13.
- Quando eu passei a ser treinador, foi o Roberto que me contratou. Eu tive esse prazer de ser funcionário do Roberto após ter atuado com ele. Eu trabalhava no CFZ (Centro de Futebol Zico). Na época o Roberto era presidente do Vasco. Meu filho (Cássio Augusto) jogava no pré-mirim. Fui levar ele no treino em São Januário, encontrei Roberto nas arquibancadas e ele ficou brincando comigo porque ele estava cheio de cabelo branco e queria saber qual tinta eu estava usando para não ficar velho. No meio da conversa ele falou que tinha se encontrado com Zico e que o Zico tinha elogiado meu trabalho no Sub-17. Então, ele falou: “quer trabalhar com a gente aqui?” Eu disse que seria um prazer, ainda mais no Vasco, onde foi toda minha formação profissional e como homem. Você acaba se tornando vascaíno. Eu aceitei. Tive o prazer de atuar nessas duas etapas da vida do Roberto. Impressionante que tanto o atleta quanto o presidente tinham atuação idêntica na maneira de agir e respeitar as pessoas. Me dava total liberdade e acompanhava o meu trabalho. Para mim, foi uma grande perda - declarou ao 💥️ge.
Segundo Cássio Barros, o tratamento que recebeu de Roberto Dinamite ainda novo não era exclusivo. O comportamento do ídolo do Vasco era comum entre os jogadores promovidos das categorias de base, como o ex-meia Bismark e o ex-atacante Sorato.
Junto a nomes como o goleiro capixaba Carlos Germano, Cássio jogou na despedida do Roberto Dinamite dos gramados no dia 24 de março de 1993. No Maracanã, o Vasco perdeu, por 2 a 0, para o La Coruña, da Espanha.
- Quando eu subi aos profissionais, eu já acompanhava o Roberto desde os 13 anos. Eu via muito o Roberto treinar pela arquibancada. Eu lembro que terminava o nosso treino e o Vasco naquela época não tinha CT, o trabalho era todo feito em São Januário, eu vi muito ele treinar. Você vai criando aquela empatia de ver o treino no domingo e na semana ter esse contato. Eu cresci vendo o Roberto treinar e quando cheguei ao profissional, a maneira como ele tratava nos era muito simples e te marca, te deixa muito à vontade. É o que acontece quando o ídolo da instituição te trata bem. É uma coisa que até nos surpreendia pela maneira, simplicidade e respeito que ele tinha pelos atletas oriundos da base.
Nesta terça-feira, Roberto Dinamite será levado, às 10h30 (de Brasília), por um carro do Corpo de Bombeiros, para o Cemitério Nossa Senhora de Belém, em Duque de Caxias. O ídolo do Vasco da Gama será sepultado ao lado de seus pais.
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