"Fala com as mãos": time da Copinha tem deficiente auditivo como treinador de goleiros
José Wellington da Silva, auxiliar de preparador de goleiros do Zumbi — Foto: Geovanni Henrique
A comunicação entre comissão e atletas é fundamental no futebol. Seja para instruir, elogiar ou criticar alguma jogada. Contudo, no Zumbi-AL, time classificado para 2ª fase da Copa São Paulo, um dos integrantes só pode falar com as mãos: o auxiliar do preparador de goleiros, José Wellington da Silva.
José tem 36 anos e é surdo. O talento com a bola fez o time alagoano apostar no trabalho dele para preparar os arqueiros do Pantera Verde. Jeninson, por exemplo, titular na Copinha e uma das revelações da equipe, faz elogios ao auxiliar, que sabe brincar, mas também é exigente no dia a dia.
– Ter uma pessoa como ele no nosso grupo é especial. Tem vez que ele puxa a resenha, mas o mais importante é que ele é muito bom, um excelente profissional. Não temos muitas dificuldades [para comunicar], às vezes quando ele está longe só, mas sempre tem um amigo perto para ajudar. Ele é sempre muito educado [...] hora de brincar é hora de brincar e hora de trabalhar é hora de trabalhar. Só tenho que agradecer pelo trabalho – conta o goleiro.
2 de 2 Goleiros com o preparador José Wellington da Silva — Foto: Geovanni HenriqueGoleiros com o preparador José Wellington da Silva — Foto: Geovanni Henrique
Natural de União dos Palmares (localizado a quase 80 quilômetros de Maceió), José não foi alfabetizado e por isso não sabe libras. Mesmo assim, o goleiro Marcos Antônio conta que o colega de trabalho se adaptou bem e fala da importância da inclusão dentro da instituição.
– A gente se comunica bastante por gestos. Ele é bem esperto e se adaptou ao trabalho dos goleiros. Acho que essa entrada é importante, hoje somos amigos e é bom ver o Zumbi abrindo as portas para que pessoas como o Zé estejam aqui. Ele tem muita capacidade – comenta o atleta.
💥️Veja como é o treino de José no Zumbi:
Questionado se o Zumbi vai oferecer ou colaborar no processo de alfabetização de José, o presidente Djair Lucena disse que a prefeitura de União de Palmares possui ferramentas e profissionais para ajudar o auxiliar.
– No nosso município temos investimento na inclusão social, cidade polo do povo negro, do Zumbi dos Palmares, temos associações para surdos. Desde quando cheguei ele fazia parte do time, o abraçamos e demos oportunidades. Sabemos que no meio profissional é difícil achar um treinador de goleiros na posição como ele, que não consegue ouvir ou falar – comentou o presidente.
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