SAF do Atlético-MG: futuro dono quer reunir R$ 5,2 bilhões para investir em clubes no mundo
O Atlético-MG pretende fechar a proposta formal pela sua SAF em janeiro e submeter a avaliação para o Conselho, no máximo, até março de 2023. As negociações estão avançadas, e o grupo interessado será liderado pelo empresário Peter Grieve.
Ele está por trás de um fundo de investimento que pretende reunir US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) para criar portfólio de clubes de futebol geridos como empresas - as SAF's no Brasil. É onde o Atlético pretende entrar, sendo o alvo do maior investimento. O 💥️ge apurou alguns detalhes com fontes do mercado financeiro.
O nome de Peter Grieve foi trazido pela , mas já havia sido levado ao público pelo portal , em outubro de 2022. Ele tentou ser o sócio majoritário da SAF do Botafogo, no fim de 2023. Entretanto, os responsáveis por coordenar a captação do investidor no clube carioca - a XP Investimentos - não conseguiu provar força econômica para o projeto.
1 de 4 Sede de Lourdes - Atlético-MG — Foto: Fred RibeiroSede de Lourdes - Atlético-MG — Foto: Fred Ribeiro
O Atlético tem o banco BTG Pactual, e a consultora E&Y, além do escritório de advocacia Azevedo Sette, como os captadores e construtores da busca pelo futuro sócio majoritário da SAF. Neste ponto, um detalhe importante: nos bastidores, a informação é de que o Galo irá vender uma fatia um pouco maior do que 51%, ficando com cerca de 30% a 40%.
Esses detalhes só serão divulgados após a assinatura da proposta vinculante, que já cria direitos, deveres e obrigações da parte vendedora e da parte compradora. É o que falta para tudo chegar ao conhecimento dos conselheiros, responsáveis por aprovar a adesão do clube à lei da SAF, bem como a venda da maior parte das cotas do futuro "Galo-empresa".
Peter Grieve é proprietário e presidente da empresa 'Football Co'. Ele foi fuzileiro naval dos EUA, e trabalhou durante alguns anos no Goldman Sachs, banco de investimentos fundado em Nova York em 1869.
O 'Football Co.' já teve em sua cartela uma equipe de Zimbabué - Bantu Rovers Football Club - em um projeto que envolvia também uma conscientização do combate ao HIV no país africano, além de um clube de Gibraltar. Em 2016, ele tentou adquirir o Hull City por 80 milhões de libras, mas os antigos donos pediram mais, já que o clube inglês subiu para a Premier League.
2 de 4 Peter Grieve (à direita) na época como proprietário de clube do Zimbabué — Foto: ReproduçãoPeter Grieve (à direita) na época como proprietário de clube do Zimbabué — Foto: Reprodução
O modelo de SAF do Atlético já foi debatido por porta-vozes. O clube chegou a criar um site específico para o assunto com alguns detalhes. Um fato é que o clube será alvo de investimentos diretos no futebol, bem como no pagamento de dívidas. O orçamento de 2023 do Galo, já aprovado, prevê repasse de R$ 103 milhões da SAF para abater problemas financeiros da associação.
Há dois caminhos, sendo o mais comum o Regime Centralizado de Execuções (RCE), que a lei federal da SAF possibilita. Esse recurso faz com que os credores do clube-empresa sejam reunidos e recebam suas dívidas em uma ordem pré-estabelecida, através de repasse de 20% da receita bruta anual da SAF para a associação civil.
O RCE, entretanto, é composto apenas pelos credores de dívidas cíveis ou trabalhistas. São jogadores de futebol, fornecedores, empresários da bola (agentes). No caso do Atlético, entretanto, a grande parte da dívida onerosa (com prazo estabelecido e juros) é com instituições financeiras. Por isso, há uma tendência de o Atlético não optar pelo Regime Centralizado.
3 de 4 Obrigações da SAF, de acordo com a lei federal — Foto: ReproduçãoObrigações da SAF, de acordo com a lei federal — Foto: Reprodução
Ou seja, o caminho mais provável é o Galo abater a dívida onerosa - na casa dos R$ 600 milhões - por meio da venda do Diamond Mall - irá receber R$ 170 milhões da Multiplan, e quer vender os 24,95% restantes pelo mesmo valor - e através de repasse direto do comprador da SAF.
Nos bastidores, a reportagem do 💥️ge apurou que as ações do Atlético/SA devem ser vendidas na casa do R$ 1 bilhão. Tal dinheiro precisa de uma contextualização e explicação. Uma parte é aportada direto no futebol - compra de reforços, cumprimento de contratos. Outra parte será aplicada no abatimento de dívidas, e uma terceira parte é usada para melhoria de infraestruturas (CT). Tudo num fluxo de tempo estabelecido previamente.
Assista: tudo sobre o Atlético no ge, na Globo e no Sportv
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