Análise: o que o "cartão de visita" mostra à Ponte sobre a Série A2
O primeiro passo da Ponte Preta na caminhada em busca do acesso à elite estadual foi ao melhor "estilo Série A2", como colocado por Hélio dos Anjos na entrevista depois da💥️ vitória de virada por 2 a 1 sobre o Velo Clube, na tarde do último sábado, em Rio Claro.
- A gente sabe que a competição vai ser isso aí.
Mas o que de fato seria "isso aí"?
Seria, entre outras coisas, um jogo truncado, em um estádio acanhado, com gramado prejudicado e um adversário fechado.
Tudo isso a Ponte Preta encontrou no Benitão. Um cartão de visitas fiel do que a Macaca terá pela frente.
Talvez tenha sido um choque de realidade no primeiro tempo, quando a equipe ainda se familiarizava com a "nova realidade". Não era apenas sobre ser superior tecnicamente - como inegavelmente a Ponte era e deve ser em relação à maioria dos times da divisão por conta do investimento.
Mas era também sobre competir a cada lance para fazer valer a melhor qualidade. Em alguns momentos do primeiro tempo, a Ponte, ainda que controlasse territorialmente o duelo, flertou com o relaxamento e a displicência.
Erros de passe em demasia, falta de movimentação com a bola e demora na recomposição quando perdia a posse na intermediária foram, aos poucos, colocando no jogo um até então retraído e assustado Velo. A consequência foi um gol no último lance do primeiro tempo, em cobrança de escanteio que Skilo desviou de cabeça ao subir mais que Léo Naldi.
O susto parece ter acordado os jogadores alvinegros. Foi preciso entender como jogar aquela partida, dentro das particularidades da divisão, para que de fato a Ponte conseguisse se impor.
Hélio dos Anjos também fez alterações táticas sem mexer nas peças que foram determinantes para a evolução da equipe no segundo tempo. O técnico recuou Felipe Amaral para fazer uma saída de três ao lado de Guilherme e Mateus Silva, devolveu Artur à posição original de lateral-esquerdo, deixou Júnior Tavares mais centralizado e deu liberdade para Elvis buscar o jogo.
As orientações, aliadas a uma postura mais agressiva com a bola, empurraram o Velo para trás e deram mais espaço para a Ponte articular as jogadas. Aí as individualidades apareceram. Elvis passou a comandar as ações no meio de campo com toques rápidos e lançamentos.
1 de 2 Elvis comemora o gol de empate — Foto: Diego Almeida/PontePressElvis comemora o gol de empate — Foto: Diego Almeida/PontePress
Como começaram a ser mais acionados, os atacantes também entraram no jogo. Dudu achou Pablo Dyego nas costas da marcação para o atacante sofrer o pênalti convertido por Elvis, empatando o placar. Depois, Pablo Dyego foi novamente decisivo ao receber de Elvis na ponta direita, carregar até a entrada da área e bater colocado para virar.
Dois gols num intervalo de 10 minutos, e a Macaca vencia por 2 a 1 aos 23 do segundo tempo. Ainda teve oportunidade de ampliar, mas faltou eficiência.
Para um primeiro contato com a Série A2, a Ponte, considerado por muitos o "time a ser batido", cumpriu a missão. Muitos dirão que não fez mais que a obrigação - o que também não é mentira.
Se viver a divisão como a divisão pede, a Macaca, apesar dos problemas e das dificuldades financeiras, tem condição de transformar o favoritismo no papel em domínio na prática.
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Não menos importante que a compreensão de estilo de jogo, foi o apoio da torcida. Os 800 ingressos destinados aos visitantes esgotaram em um dia, e quem foi ao Benitão comprou a ideia.
Depois de 23 participações seguidas na elite estadual, os alvinegros deram o recado que, independentemente das brigas políticas, estarão ao lado da instituição, que é maior do que qualquer dirigente ou ex-dirigente.
Foi só o passo inicial da montanha que a Ponte tem a escalar, mas que de alguma maneira já mostrou o caminho das pedras para o sucesso na Série A2, da postura ao campo às arquibancadas.
2 de 2 Torcida da Ponte marcou presença em Rio Claro — Foto: Diego Almeida/PontePressTorcida da Ponte marcou presença em Rio Claro — Foto: Diego Almeida/PontePress
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