Renê abraça papel de líder, revela expectativa para o Gauchão e diz que Inter precisa de título em 2023
Renê vive a expectativa de disputar o Campeonato Gaúcho pela primeira vez a partir de sábado. E embora ainda não tenha muita ideia do que vai encontrar, sabe bem a importância do estatual para o Inter. Após o vice do Brasileirão em 2022, uma boa campanha não será suficiente para satisfazer a torcida em 2023. Será preciso reencontrar o caminho dos títulos, que o clube não conquista desde 2016.
Há menos de um ano no Beira-Rio, o jogador de 30 anos conquistou Mano Menezes e se firmou na lateral esquerda. Tem uma atribuição mais defensiva para permitir que Bustos tenha liberdade para apoiar. Mas, além das funções táticas, também tem papel de destaque nos bastidores. Virou um dos líderes do vestiário, a ponto de estar entre os postulantes a iniciar a temporada como capitão do time.
Em entrevista ao 💥️ge, Renê falou sobre as projeções para a temporada, seu papel de liderança no elenco e também sobre seu outro lado no futebol, o de investidor. O colorado é um dos responsáveis por injetar recursos no Picos, do Piauí, sua terra natal. Renê absorveu o clube, que tem as categorias sub-17 e sub-20, após abrir o Centro Esportivo R6, na mesma cidade. O irmão de Renê, Ronaldo, é o presidente, o que facilita a comunicação para tocar o projeto.
O jogador ajuda com dinheiro, busca patrocinadores e bancou as passagens de avião para o time que disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior, mas acabou eliminado na segunda fase pelo Grêmio. Tenta que os garotos realizem o sonho de se tornarem jogadores com menos obstáculos que enfrentou na própria trajetória. Uma prova da liderança que busca imprimir também nos negócios.
💥️ge - Após terminar 2022 com o vice do Brasileirão, o Inter manteve a base do time para 2023. Qual a expectativa para essa temporada?
Renê - Foi importante manter a base, com um time ajustado e que terminou em alta. Começar firme. Esperamos que seja um ano com títulos. Não adianta só jogar bem neste ano. Todos esperamos conquistas. Que já comece com o estadual. Esperamos realizar um grande Gauchão e conquistá-lo.
💥️Será a primeira vez que você vai disputar o Gauchão...
Dizem que é muito pegado. Há lugares muito quentes nesta época do ano. Estou preparado. Já disputei o Pernambucano e o Carioca, com algumas viagens doloridas. Já peguei 10 horas de ônibus no Pernambucano pela base. Quem quer vencer não escolhe adversário ou ambiente. Se estiver quente, será para os dois times. Temos que fazer o nosso melhor. O importante é buscar as vitórias e buscar o título.
Renê tem 35 partidas pelo Inter — Foto: Tomás Hammes
💥️O Inter não conquista o estadual desde 2016. Isso aumenta a responsabilidade?
Sabemos que a torcida cobra muito, mas jogadores e diretoria também. Todos querem ser campeões. Quem já foi sabe o gostinho que tem o dever cumprido. Uma boa campanha não nos adianta neste ano. Batemos na trave ano passado. Precisamos de algo a mais. Quando cheguei ao Flamengo, também passei por isso, mas depois o clube deslanchou. O Inter precisa conquistar o primeiro para tirar o peso. Aí fluirá melhor e o trabalho ficará mais fácil.
💥️Com a reformulação no grupo no ano passado e as novas saídas agora em 2023, você se tornou um dos jogadores mais experientes do elenco e uma liderança no vestiário. Como encara isso?
Tento ajudar como posso. Não sou tão velho, né? Conversei hoje (quarta-feira) com o Vitão e ele falou que estava entre os mais experientes. Aí eu mesmo citei que experiência não vem com idade, mas rodagem. Ele é um cara que jogou fora, disputou Champions League. É um cara experiente. Você só adquire jogando. Aprendi muito com os outros. Gosto de ver os caras mais velhos, como eles conduzem. Tento passar o que vi dos outros e trago como exemplo. Fico feliz em ajudar. Não há só um para ajudar, precisamos de vários. Todos têm espaço para ajudar e orientar.
💥️Os números de Renê pelo Inter
2 de 3 Lateral-esquerdo inicia a temporada como dono da posição — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional
Lateral-esquerdo inicia a temporada como dono da posição — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional
💥️Apesar do pouco tempo de clube, você já foi capitão do Inter e é um dos cotados para assumir a braçadeira nesse início de ano. O que isso significa para você?
Desde quando cheguei, eles têm um carinho e respeito por mim que sempre agradeço. Tenho abertura para cobrá-los. No campo, um é escolhido, mas há vários líderes. O Mercado nem usa a braçadeira, mas comanda a zaga o tempo todo. Gosto de jogar com ele porque sempre ajuda, alerta, dá um toque. A braçadeira é um símbolo, mas o mais importante é todos estarem no mesmo caminho para ajudar o time.
💥️Além de jogador, você tem um outro lado empreendedor. Virou investidor do Picos, time da sua cidade no Piauí. Como surgiu isso?
Estou em várias funções nas horas vagas (risos). Tenho trabalhado com este time, é um projeto na minha cidade. Tenho uma escolinha há dois anos e fui convidado a realizar uma parceria com o time da cidade. No primeiro ano, conseguimos a vaga na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Nunca um time do Piauí tinha passado à segunda fase. Estou muito orgulhoso pelo trabalho. É uma garotada que não teve muita oportunidade. Procuramos não pegar meninos de outros clubes, mas de cidades pequenas, bairros sem oportunidade. Jogadores de 19 anos relataram que sequer tinham entrado na academia. É um projeto para dar visibilidade aos garotos. Que eles possam chegar a grandes clubes como eu consegui.
💥️Você investiu dinheiro no clube?
O clube tinha uma dívida e não podia receber recursos. Procurei parcerias e conseguimos quatro. Estamos ajudando. Entro mais com a parte financeira. Para disputar a Copinha, uma viagem de três, quatro dias seria muito dolorosa. Fizemos a logística e compramos passagens para ir de avião. Chegaram mais inteiros e estão colhendo os frutos. Classificaram. Valeu a pena. É um investimento e eles mereciam. Ajudo como posso. O clube é bem visto na cidade. Quem sabe um dia não dispute uma Série B, campeonatos grandes? Nosso foco, por enquanto, é na base e dar oportunidade a quem tem capacidade, mas nem sempre é visto por não estar nos principais focos do futebol.
Renê é investidor do time do Picos — Foto: Divulgação/S.E.Picos
💥️Vocês já conseguiram encaminhar jogadores a outros clubes?
Ainda quando estava no Flamengo consegui levar meninos para fazer teste. Há três lá, um já passou pelo Ceará. Um veio aqui ao Inter, mas não conseguiu ser aprovado. A escolinha tem dado frutos. Colocamos os meninos no time da cidade. Fizemos um time competitivo. Que os olheiros de plantão gostem e quem sabe (vocês) possam contar a história deles um dia. Isso me deixará muito feliz.
💥️Você chega a trocar ideias com o treinador e os jogadores?
Sim. Eu falo com o treinador. Quando posso, vejo o jogo e ligo no intervalo. Principalmente atrás por eu jogar na defesa. Dou palpite porque não me seguro, mas o treinador é capacitado. Sei que ele pode conduzir.
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